OCEÂNICA PLANEJA ABRIR ESCRITÓRIO EM SINGAPURA PARA ATENDER MERCADO ASIÁTICO
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
A internacionalização está sendo a estratégia de negócios adotada pela empresa Oceânica como alternativa ao cenário de poucos negócios no Brasil. Neste sentido, o novo passo da companhia será a abertura de um escritório em Singapura, de olho na demanda do mercado asiático. Segundo o diretor da Oceânica, Marcos Cueva, o projeto terá a parte comercial definida até o meio deste ano. A empresa também avalia a possibilidade de abrir uma filial nos Estados Unidos e ainda analisa como entrar em outros mercados atrativos, como México e África. O Brasil, contudo, continua como uma das prioridades nos planos da empresa para os próximos anos. “A gente espera poder participar dos projetos dos FPSOs de Libra e de Sépia“, comentou o executivo.
Quais são os principais projetos da Oceânica atualmente?
A Oceânica faz parte, já há alguns anos, de uma holding – a HBR -, que possui outras três empresas: a Tegris, a Ener e a própria HBR. A Tegris é de monitoramento e telemetria; a HBR é uma empacotadora de equipamentos, a maioria rotativos; a Oceânica é de engenharia naval; e a Ener é voltada a energias renováveis. Falando sobre a Oceânica e a HBR, especificamente, as duas estão sofrendo, que nem todo mundo, com a crise. Mas elas têm uma carteira que foi construída num período anterior que está segurando a situação.
Pode detalhá-la?
Na Oceânica, estamos envolvidos com a P-66 e a P-69, na parte de engenharia; com a P-67 e a P-70, na parte de engenharia naval e de trabalhos de campo. Na P-68 e na P-70, como estão mais atrasadas, temos ainda essa parte de engenharia. Para os replicantes, fizemos bastante coisa de engenharia e top side estrutural na P-74. Já a P-76, da Techint, estamos em discussão de alguns projetos. Na P-75 e P-77, nós estamos na parte de equipamentos.
Já em relação à HBR, todas essas unidades que eu citei têm compressores de ar da empresa. As replicantes têm compressores de ar da HBR. Todas as sessões onerosas têm unidades de recuperação de vapor montadas na HBR. Então, é esta carteira que está rodando até hoje que dá o fôlego para a gente passar por esta crise.
Como vocês estão planejando enfrentar este novo momento?
As empresas não são totalmente dependentes deste mercado de óleo e gás. A HBR veio do segmento industrial – ela tem o aluguel de máquinas e serviços de manutenção para a área de indústria em geral. A Oceânica tem a área de portos e terminais, que está num momento interessante.
E qual a atuação da Oceânica neste setor?
Nós trabalhamos com simuladores de navios, para que, na hora de projetar um porto, a empresa possa antecipar como será a entrada e a saída de embarcações, garantindo que a operação é segura. Além disso, a empresa tem produtos de monitoramento de tráfego, monitoramento de boia e estudo de canal. Temos uma lista grande de apoio à decisão em portos. Hoje em dia, nós temos focado na redução de custos operacionais relativos às manobras de operações portuárias. Então, isso que ajuda a movimentar a empresa enquanto este mercado de óleo e gás está patinando.
Qual a sua perspectiva, a curto e médio prazo, para a área naval e de óleo e gás, principalmente?
Na área de óleo e gás brasileira, a gente espera poder participar dos projetos dos FPSOs de Libra e de Sépia. Nós também estamos trabalhando bastante, desde o início do ano passado, numa campanha pesada de exportação. Um dos nossos executivos voltou recentemente de uma campanha na China, em Singapura e na Malásia. Estamos planejando implantar um escritório de vendas nessa região. Provavelmente será em Singapura. Até o meio do ano, já devemos ter a parte comercial estabelecida para começar. Para os Estados Unidos, ainda estamos pensando no que fazer. Atuar comercialmente ou estabelecer o escritório e uma companhia em território americano, principalmente para a venda de equipamentos.
Quais os principais produtos que a HBR e a Oceânica pretendem oferecer para a Ásia?
Para a Ocêanica, vamos focar na parte de consultoria. Já para a HBR, vamos oferecer os principais produtos da empresa, como os skids de ar comprimido e geradores de nitrogênio. É uma linha grande de produtos, com até 15 itens. Mas estes dois serão os carros-chefe. Hoje, você compra equipamentos-padrão nas grandes indústrias, mas prepará-los para a indústria de óleo e gás é algo interessante. A HBR ganhou o contrato desses skids de ar das 12 replicantes. Então, o plano do governo de fazer as empresas brasileiras ganharem competitividade nas replicantes e nos FPSOs, pelo menos no nosso caso, nos beneficiou. Hoje a gente já produz a um custo competitivo, em nível internacional. A gente também está discutindo como vender para mercados como México, África e Oriente Médio. Não importa se onshore ou offshore. Estamos apostando nisso no futuro.
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