PARENTE QUER NOVOS CRITÉRIOS PARA CONTEÚDO LOCAL E DIZ QUE PRÉ-SAL FOI ENDEUSADO

parenteA revista Exame realizou um evento econômico na tarde desta sexta-feira (30), em São Paulo,  que fez do Presidente da Petrobrás, Pedro Parente, ao lado do Presidente Temer,  a grande estrela do dia. Com justiça, porque suas ações e palavras mexem com o mercado e a esperança de milhares de empresas que querem retomar os negócios e voltar contratar pessoas para sair do marasmo quase insuportável que estão vivendo. Mas não foi desta vez que os ouvidos sedentos por boas novas, beberam boas notícias.  Pelo contrário. Ouviu-se mais uma vez o que ele já havia dito sobre o conteúdo local em recentes entrevistas e em palestras na Fiesp e na Firjan, mas com números diferentes do que vinha falando sobre a diferença a maior na questão dos preços. Passou de 40 %,  para 60 %.

“Ele não pode ser baseado na punição. Tivemos recentemente o cancelamento de licitação de uma plataforma. Ela deveria custar US$ 800 mil por dia. Veio um número 60% acima. É racional? Mas qual seria a multa se descumprisse o conteúdo local? A bagatela de US$ 500 milhões. Não pode ser por aí”

Esse pensamento de Parente já é conhecido, mas surpreendente foi o que disse sobre o pré-sal. Quase enigmático, deixou os analistas do mercado de petróleo meio que  de orelha em pé sobre o que realmente queria falar:

“Houve um certo endeusamento do pré-sal, quando temos em outras áreas da empresa campos excelentes, como na Bacia de Campos”.

Até agora, os analistas continuam firmes com o pensamento de que o pré-sal é um bom negócio para companhia e para os seus parceiros internacionais, embora Parente tenha afirmado que boa parte dos investimentos que fizeram a dívida da estatal explodir foram inúteis ou prejudiciais à companhia.

“É importante mencionar que esse endividamento não gera qualquer retorno para a empresa. Existe uma parte de investimentos no pré-sal que traz resultados, mas a maior parte não”.

O presidente da companhia  voltou a destacar a meta da empresa de reduzir de forma drástica o endividamento até 2018. Para isso, a Petrobrás irá cortar custos e espera levantar mais de US$ 15 bilhões com a venda de ativos:

“Chegamos a pagar 3,1% de juros em 2013. Hoje está acima de 8,5%”.  Ter uma alavancagem desse tamanho no Brasil é muito complicado.”

A  política de preços praticada pelo governo petista, que obrigou a petroleira a vender gasolina abaixo do preço internacional, e a programação de grandes empreendimentos sem o planejamento adequado, também foi um importante tema levantado:

“Como uma empresa decide fazer uma refinaria no Maranhão, outra em Pernambuco e outra no Ceará? Não é a racionalidade econômica. É uma empresa que foi submetida a um processo em que seus objetivos foram secundários no processo decisório’.

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FulanoLuciano Seixas Chagas Recent comment authors
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Luciano Seixas Chagas
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Luciano Seixas Chagas

Caros leitores Eta! O Parente endoidou de vez. Nunca ouvi tantos disparates. É um presidente de empresa que nem sabe que ativos possui e os vende ao léu, a julgar pelo que diz. Quanta baboseira para quem preside uma empresa do porte da Petrobras. Temos sim Sr. Parente ativos excelentes na bacia de Campos. Os maiores, são do endeusado Pré-Sal sim, principalmente embaixo do grande Campo de Albacora, que produz hoje, principalmente, em arenitos do pós-sal e encerra grandes montantes de petróleo no pré-sal sim senhor, mais profundo. Todos os bons geólogos da Petrobras sabem disso como também sabem fazer… Read more »

Fulano
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Fulano

O colega aí em cima disse tudo.

É uma pena que esse desabafo não surtirá qualquer efeito.