PAULO ROBERTO AFIRMA QUE DIRETORIAS DE SERVIÇOS, INTERNACIONAL, EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO E GÁS E ENERGIA TAMBÉM PARTICIPAVAM DE ESQUEMA

Paulo Roberto CostaO ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa foi além da sua própria área, de abastecimento, nas revelações à justiça, e afirmou que o esquema de corrupção também se estendia a outras diretorias da estatal. Segundo Costa, as áreas de serviços, de exploração e produção e de gás e energia eram indicações do PT, que recebia integralmente os 3% sobre os grandes contratos destas diretorias, enquanto a área internacional era indicação do PMDB, que ficava com 1% dos contratos e repassava os outros 2% ao PT.

De acordo com Costa, como todas as licitações eram feitas por meio da área de serviços, ela retinha 2% dos contratos, enquanto o 1% restante ia para a área em que o contrato seria executado. O ex-diretor disse ainda que nas outras diretorias havia outros operadores, afirmando que os diretores das áreas estavam envolvidos. Segundo ele, nas áreas comandadas pelo PT, o operador era o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, enquanto na diretoria com indicação do PMDB, o operador era Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Como Costa era indicado do PP, o 1% relativo ao abastecimento eram divididos por ele, o partido e o operador do esquema, o doleiro Alberto Youssef, segundo suas declarações à justiça do Paraná. O ex-diretor contou no depoimento que a divisão era feita da seguinte maneira: 60% deste total iam para o partido, 20% para despesas, como emissão de notas fiscais, envio e etc, e 20% para serem repartidos entre ele, que levava a maior parte (70%), e o doleiro Youssef (30%).

O ex-diretor apontou também Renato Duque, que comandava a área de serviços na época em que Costa ainda estava na estatal, como um dos integrantes do esquema, afirmando que Duque foi indicado ao cargo pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, atualmente preso por condenação no caso do Mensalão.

Costa contou que recebia o dinheiro em diversos lugares, mas sempre fora da Petrobrás. Podia ser em sua casa, num shopping ou no escritório que abriu após sua saída da estatal. Em relação aos R$ 500 mil que ele diz ter recebido do presidente da Transpetro, Sergio Machado, Costa afirmou que a entrega do dinheiro se deu toda de uma vez, na casa de Machado no Rio de Janeiro.

No depoimento, Costa afirma ainda que existe um cartel de grandes empresas, que dominam todas as grandes obras da Petrobrás, em todas as áreas, citando Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Engevix, Iesa, Andrade Gutierrez, Mendes Junior, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Toyo Setal e OAS.

Quando perguntado sobre a origem do esquema, Paulo Roberto afirmou que “possivelmente” já acontecia antes da entrada dele na diretoria de abastecimento, afirmando que quando assumiu o posto foi informado tanto pelo partido quanto pelas empresas sobre as comissões de 3%.

Costa disse ainda que as indicações políticas para as diretorias da Petrobrás sempre foram sabidas pelos presidentes da estatal, afirmando que desde o governo do presidente Sarney, logo após o fim da ditadura, as indicações sempre ocorreram. No entanto, ele foi categórico ao afirmar que todos os repasses eram feitos entre as empresas e os operadores, sem passar pela Petrobrás.

A estatal, por meio de nota, afirmou na tarde desta quinta-feira (9), que está sendo “oficialmente reconhecida” pelas autoridades como “vítima” nesse processo de apuração, e reiterou que manterá seu empenho em continuar colaborando com as autoridades para a elucidação dos fatos. Todas as pessoas, os partidos e empresas citadas negaram a participação nos esquemas.

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João C. Souza
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João C. Souza

Mais essa… Afinal, o que o PT ainda está fazendo à frente das estatais?! O que ele ainda está fazendo no governo desse país?! Já chega! O que estamos assistindo são os capítulos finais de um governo não apenas fracassado, mas pior: desonesto… “Partido dos Trabalhadores”, um abraço! Dilma, desce já dessa cadeira e deixa outro mais competente assumir, vai…

João C. Souza
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João C. Souza

Mais essa, a cada dia uma tragédia. “Não vai ficar pedra sobre pedra”. Afinal, o que o PT ainda está fazendo à frente das estatais?! O que ele ainda está fazendo no governo desse país?! Já chega! O que estamos assistindo são os capítulos finais de um governo não apenas fracassado, mas pior: desonesto… “Partido dos Trabalhadores”, um abraço! Dilma, desce já dessa cadeira e deixa outro mais competente assumir, vai…

assis pereira
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assis pereira

Por diversas vezes a Presidenta Graça Foster contestou a existência de superfaturamento na obras do Comperj e RNEST. E agora dra Graça Foster de Dilma, apareça e venha retrucar a delação do PRC quando aponta um fator de corrupção ao BDI nos preços contratados:

Preços Contratados = Valor de venda x Coeficiente PRC para o PT = Obra superfaturada

Pedro Jara A
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Pedro Jara A

Contratos EPC são muito bons, para incluir OVER PRICE, pois permite comprar o que não se sabe o escopo nem significado de E nem P por outro lado a parte as empreiteiras não sabem o significado real de EPC, mais se alguém pergunta respondem conforme o interesse econômico deixando a Engenharia no ultimo lugar ou sem Engenharia o empreendimento. Caso concreto o Comperj que foram cometidos erros sobre erros, RNEST que deveria estar funcionando ao final de 2009, postergada para 2011, todos sabemos que ainda não refina nem uma gota de Petróleo.