PESQUISA DA KPMG APONTA QUE SETOR DE ÓLEO E GÁS BRASILEIRO PRECISA SE TRANSFORMAR PARA EMERGIR
A KPMG realizou um levantamento analisando os quatro padrões de retomada dos 40 principais setores da economia brasileira após um ano de início da pandemia da covid-19. Segundo estudo, o setor de óleo e gás está no estágio “transformar para emergir” em que as empresas se recuperarão, mas ao longo de um caminho prolongado, exigindo reservas de capital para resistir e transformar modelos operacionais e de negócio. Trata-se do mesmo padrão de retomada observado na primeira edição da pesquisa, realizada em abril do ano passado. Entre as tendências para o setor de óleo e gás apontadas pelo estudo na nova edição, estão o foco na preservação de caixa, a digitalização e automação de processos manuais e segurança cibernética, gestão de portfólio de ativos e dos aspectos ESG (da sigla em inglês para meio ambiente, social e governança).
Com relação aos desafios da nova realidade para o setor de óleo e gás, o relatório apontou os seguintes:
- Modelo de negócios: repensar o modelo de consumo de combustível, levando em conta a experiência do cliente; plataformas colaborativas de materiais; modelo de contratação offshore;
- Modelo operacional: digitalização de processos manuais, principalmente offshore, e automação da operação; intensificação do uso de inteligência artificial no processo de manutenção; intensificação do uso de análise de dados para avaliação de reservatórios;
- Mudanças de hábitos dos consumidores: redução da mobilidade urbana em comparação com o maior uso do comércio eletrônico;
- Colaboradores: retomada dos empregos.
- Estrutura de capital: Foco na diversificação do portfólio de ativos.
- Gestão de riscos: baixo impacto.
“A pesquisa mostrou que o setor de óleo e gás permanece no mesmo estágio de um ano após o início da pandemia. Contudo, o setor avança na retomada do crescimento, com protocolos de saúde e segurança”, disse o líder do setor de óleo e gás da KPMG, Anderson Dutra (foto principal). “Além disso, os projetos de desinvestimentos estão voltando ao topo da agenda, atraindo novas empresas e as empresas estão trabalhando na gestão de portfólios de ativos, porém com um foco mais integrado buscando soluções automatizadas, digitais e sustentáveis. As commodities voltam a subir e dão boas perspectivas para o médio prazo”, completou.
Sobre a pesquisa “Tendências e a nova realidade – 1 ano de covid-19,” O documento da KPMG traz informações relevantes e um balanço sobre como as empresas vêm respondendo aos desdobramentos desde o início da crise. De acordo com a pesquisa, podem ser consideradas em “processo de crescimento”, as indústrias e empresas que escalam o pós covid-19 com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise. Já no “retorno ao normal“, essas organizações são vistas como essenciais. No terceiro estágio intitulado no relatório como “transformar para emergir” estão as indústrias e empresas que precisam se transformar para emergir mais fortes e mais alinhados com as mudanças nas prioridades e nos padrões comportamentais dos consumidores. Por fim, em “reiniciar”, essas organizações lutam para se recuperar da covid-19 devido à demanda permanentemente reduzida por ofertas, capital insuficiente para evitar recessão prolongada ou má execução da transformação digital.
Para Jean Paraskevopoulos (foto à direita), do setor de mercados da KPMG Brasil e América do Sul, “a análise destaca que líderes de diferentes mercados têm buscado enfrentar esse momento com resiliência, informação e planejamento estratégico, de modo a antecipar possíveis entraves e obstáculos e, assim, obter os resultados esperados mesmo em um período complexo e desafiador”. O especialista afirma ainda que o “estudo aponta as especificidades dos setores abordados, incluindo as tendências, as medidas que as empresas têm adotado para mitigar os reflexos do atual cenário, os principais desdobramentos observados neste último ano, as lições aprendidas e os riscos inerentes aos mercados.”
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