PESQUISA SOBRE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR USADA NO PETRÓLEO DÁ PRÊMIO INTERNACIONAL PARA ENGENHEIRA DA PETROBRÁS

qaqaqA engenheira química da Petrobrás, Sonia Menezes, recebeu o prêmio Liderança na indústria, concedido pela American Chemical Society (ACS) e pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ).  O prêmio é um reconhecimento por sua atuação pioneira na área de Ressonância Magnética Nuclear na indústria de petróleo, área em que atua há 45 anos, desde que ingressou no Centro de Pesquisas da Petrobrás, o Cenpes. Suas pesquisas na área de Ressonância Magnética Nuclear contribuíram, entre outras aplicações, para o desenvolvimento de produtos como o diesel S-10 e o diesel renovável. Sônia disse que  “Na indústria, de forma diferente da área médica, a ressonância não vê órgãos nem tecidos, mas é capaz de identificar as estruturas das moléculas presentes em diferentes compostos. Com ela, por meio da detecção de propriedades dos núcleos dos átomos de certos elementos, é possível identificar a estrutura de moléculas presentes em uma amostra desconhecida. Assim, podemos, por exemplo, identificar se um derivado que produzimos  ou que vamos passar a produzir, –tem a concentração adequada de determinado aditivo ou quais as impurezas presentes e seus teores, visando a especificação daquele produto”.

Na Petrobras, há aplicações tanto para as áreas de Exploração e Produção quanto para o Refino, qualidade de produtos, renováveis e meio-ambiente. O uso da RMN contribui para o desenvolvimento de catalisadores para o refino, na qualificação de materiais utilizados em equipamentos de produção do pré-sal, e para apoiar processos de produção produtos mais novos, tecnológicos e sustentáveis como, por exemplo,  o diesel S-10 e gasolina Podium.   “No espectro do novo diesel renovável, a RMN consegue ver todas as impurezas que poderiam interferir nas especificações. Com isso, podemos sugerir ajustes nas condições de processo e ajustar catalisadores”, explica.

Engenheira química, mestre e doutora em Química Orgânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em Ressonância Magnéticaswswsws Nuclear pela City of London Polytechnic, Sonia foi a responsável pela instalação no Cenpes, em 1987, do primeiro equipamento de Ressonância Magnética Nuclear de nova geração do país. Desde então, as aplicações da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) à química se intensificaram, não só na companhia, mas também por toda comunidade científica brasileira. Hoje, o Cenpes (foto a direita) possui quatro espectrômetros de RMN de alto campo, com mais resolução; e cinco de baixo campo, mais simples e capazes de fornecer respostas mais rápidas. A engenheira conta que a aplicação desse tipo de equipamento a todos os segmentos de negócio da empresa ajudou a divulgar a técnica no Brasil. Hoje são mais de 150 espectrômetros no país e mais de 300 especialistas, considerando apenas as áreas da química e da física.

wswsswNicolás Simone(foto a esquerda), diretor de Transformação Digital e Inovação da Petrobrás, área que inclui o Cenpes, diz que o “prêmio conquistado por Sonia Menezes reflete nosso brilhante time de pesquisadores e a capacidade técnica de atender às necessidades extremas da nossa indústria, gerando resultados e agregando valor para a companhia. Costumo falar que, na Petrobras, santo de casa faz milagres também”, relembra o diretor.

O prêmio Liderança na indústria visa promover a igualdade de gênero em ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil e avançar na compreensão do impacto da diversidade na pesquisa científica e no campo da química. “Muitas vezes as cientistas brasileiras abrem mão da vida pessoal em favor da ciência. Um prêmio como esse incentiva outras mulheres a seguirem nessa luta. Para a engenheira, a ciência existe além de todos os outros papeis que as mulheres assumem. “Espero que a presença feminina em posições de liderança na ciência possa ser cada vez mais frequente e natural, até que prêmios específicos para mulheres não sejam mais necessário.

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