PETROBRÁS AMPLIA REINJEÇÃO DE GÁS NO PRÉ-SAL E ESBARRA NA FALTA DE GASODUTOS PARA APROVEITAMENTO DA PRODUÇÃO
Mais uma vez, o desenvolvimento da indústria brasileira esbarra na falta de estruturas. É esse o caso do mercado de gás natural, que conta com grandes reservas produtivas no pré-sal, mas tem seu crescimento empacado hoje devido à ausência de gasodutos para realizar o escoamento dos recursos. No último mês de janeiro, a Petrobrás reinjetou em seus reservatórios cerca de 30,4 milhões de m³ de gás por dia, volume equivalente ao gás importado da Bolívia, que no mesmo mês somou 31,7 milhões de m³ diários e um custo de US$ 154,5 milhões para a estatal.
Ao passo que importa, a companhia deixa de aproveitar suas reservas devido à falta de infraestrutura de transporte para o continente. As novas licitações se encontram paradas devido às mudanças contidas no plano de negócios da empresa, que nos últimos cinco anos contratou em leilão apenas o projeto de 11 km Itaboraí-Guapimirim, ligando as unidades de processamento do Comperj à malha interligada de gasodutos da estatal.
Além dos gastos com a importação junto à Bolívia, a Petrobrás pagou outros US$ 115,7 milhões em janeiro na compra de 14,1 milhões de m³ por dia na forma de gás natural liquefeito (GNL). Com novos investimentos em dutos, grande parte desses recursos poderia ser economizada para trazer gás ao mercado brasileiro. O crescimento da produção no pré-sal, no entanto, segue ampliando os índices de reinjeção: o volume apresentado em janeiro equivale a quase o triplo do volume registrado em 2013.
Apenas metade da produção de gás associado na região foi aproveitada pela estatal em janeiro, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). De um total de 38,1 milhões de m³ produzidos por dia, apenas 19,9 milhões chegaram ao mercado nacional. Utilizada para acelerar a extração de petróleo, a reinjeção vem seguindo em escalada nos últimos meses e o cenário não é de grandes mudanças, mas a expectativa é de que a operação do gasoduto Rota 2 contribua para uma redução nesses índices.
Muito interessante este artigo
No entanto ficamos tristes ao ver tanto desperdício por falta de investimentos e planejamento.