PETROBRÁS E GOVERNO DISCUTEM PROGRAMA DE APOIO À INDÚSTRIA NAVAL, QUE DEVE SER LANÇADO AINDA NESTE SEMESTRE

O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou hoje (18) que a empresa está discutindo junto com o governo a elaboração de um programa de apoio à indústria naval. A ideia é lançar a iniciativa ainda no primeiro semestre deste ano. Prates fez o anúncio em evento no Rio de Janeiro para lançamento do Mapa de Estaleiros do Brasil, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

“Estamos discutindo neste momento com o governo ideias que levamos ao Ministério de Minas e Energia, à Casa Civil e ao próprio presidente da República, para apoiar esse setor”, disse o presidente da Petrobrás. O pacote de incentivo ao setor naval teria moldes parecidos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Prates defendeu ainda que o governo, instituições financeiras e o Fundo de Marinha Mercante (FMM) unam forças em torno de um programa “trilateral” de financiamento para a construção de novas embarcações. O executivo lembrou também que a Petrobrás fez um mapeamento de sua demanda de novas plataformas e embarcações de apoio. “Precisamos que a indústria naval se revitalize; ela vive de ciclos”, declarou.

PETROBRÁS DEVE RETOMAR OPERAÇÃO DE TODAS AS SUAS UNIDADES DE FERTILIZANTES

Ainda durante o evento do IBP, Prates declarou que a Petrobrás quer recuperar todas as unidades de fertilizantes no Brasil. Como noticiamos mais cedo, a petroleira anunciou na noite de ontem (17) que retomaria as operações da fábrica Araucária Nitrogenados (Ansa), em Araucária (PR), que estava hibernada desde 2020.

“Vamos recuperar uma por uma. Se for viável, e faremos que seja viável, como em Mato Grosso. Ontem, anunciamos a [retomada da] ANSA. Temos o mandato do conselho para voltar para a área de fertilizantes. Vamos dar a solução viável e lucrativa para cada uma das unidades de fertilizantes. Vamos recuperar com governança, ouvindo TCU (Tribunal de Contas da União)”, afirmou.

MAPA: 15 ESTALEIROS SEM DEMANDA OU DESATIVADOS

O mapa lançado hoje pelo IBP revelou que de 48 estaleiros brasileiros avaliados, pelo menos seis encontram-se desativados, enquanto outros nove estão operacionais, porém sem demanda atual de projetos navais.

Enseada, na Bahia, e Atlântico Sul, em Pernambuco, são alguns dos estaleiros que estão ativos, mas sem demanda. Juntos, eles têm capacidade para processar mais de 200 mil toneladas de aço por ano, o que representa aproximadamente 40% da capacidade instalada na indústria naval brasileira.

Além desses, o estaleiro de grande porte QGI, localizado no Rio Grande do Norte, também está sem demanda. O estaleiro Brasa, no Rio de Janeiro, encontra-se desativado, conforme informações do IBP. O Mapa de Estaleiros pode ser acessado aqui.