PETROBRÁS E PETROLEIRAS ESTRANGEIRAS FALAM DOS DESAFIOS E PRÓXIMOS PASSOS EM SEUS PROJETOS NO PRÉ-SAL DURANTE A OTC
A Petrobrás e as principais petroleiras internacionais que operam no Brasil discutiram nesta semana, durante a Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, sobre os próximos passos e objetivos nos projetos de exploração e produção do pré-sal. Além do diretor de desenvolvimento de produção da petroleira estatal brasileira, João Rittershaussen (foto), participaram do encontro executivos da Shell, Chevron, Total e Equinor. Grande foco da Petrobrás nos últimos anos, o pré-sal deve representar até 80% da produção da empresa até 2050. Durante o painel de debates, Rittershaussen destacou que os principais objetivos da companhia na camada são os projetos com baixo breakeven e a redução de emissões. O executivo falou também sobre o uso de novas tecnologias visando a redução de custos e o ganho de velocidade nos empreendimentos.
“O pré-sal é o nosso principal ativo. Nós temos uma grande ambição, que é viabilizar 20 bilhões de barris de novas reservas em 10 anos, o que é quase equivalente ao volume inteiro produzido pela Petrobrás em todos os seus 67 anos”, detalhou Rittershaussen. “Temos 13 FPSOs em construção, que estão agendados para entrar em operação até 2025. Onze deles serão instalados em campos do pré-sal. Também temos iniciativas para reduzir os custos e o tempo de construção de poços. Nós possuímos também iniciativas para redução de custos na parte de subsea, trabalhando em conjunto com nossos principais fornecedores”, acrescentou.
Durante sua apresentação no painel, o diretor da Petrobrás disse que a companhia reduziu o custo médio de construção de poços em 7% por ano. A empresa também diminuiu em 7% por ano os gastos médios de conexão de poços, com otimizações no layout de sistemas submarinos. Rittershaussen mencionou ainda a próxima geração de navios-plataformas da empresa, que podem inclusive ser totalmente movidos por eletricidade. “Estamos trabalhando duro para ter com uma nova geração de FPSOs totalmente elétrica, mas dependemos de mudanças na regulação”.
Como já noticiamos, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aceitou o pedido de urgência para tramitação da proposta de aplicabilidade de uma de suas resoluções (nº 382/2006) às plataformas de petróleo. Essa norma trata do estabelecimento dos limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a alteração possibilitará a geração centralizada em um único ponto da plataforma, de forma otimizada, distribuindo energia para os demais equipamentos.
As petroleiras internacionais participantes do evento, como a norueguesa Equinor e a americana Chevron, destacaram também seus planos para os próximos projetos no pré-sal, sempre com um viés voltado para a transição energética. No caso da companhia europeia, os planos incluem alcançar o patamar de emissões zero até 2050 e uma fatia de 50% dos investimentos até 2030 direcionada para renováveis e soluções de baixo carbono. A presidente da companhia no Brasil, Veronica Coelho, lembrou ainda dos principais empreendimentos da empresa no Brasil. O campo de Bacalhau, na Bacia de Santos, deve começar sua operação em 2024 e alcançar o patamar de 220 mil barris por dia até 2025. Já a produção no bloco BM-C-33, na Bacia de Santos, está programada para começar em 2027.
Já o presidente da Chevron no Brasil, Mariano Vela, ressaltou que o petróleo terá ainda seu papel de relevância mantido durante os próximos anos, mesmo com a transição energética. “A demanda por energia no mundo vai crescer e o óleo e gás fará parte disso. Estamos convencidos disso. Nós também acreditamos que o futuro será de baixo carbono. Estamos reduzindo a pegada de carbono em nossas operações e ativos, incluindo nossos blocos no pré-sal. Além disso, estamos aumentando o uso de renováveis para suportar nossos negócios e também investindo em tecnologias de baixo carbono”, afirmou. O painel teve também as participações dos presidentes da Shell Brasil, André Araújo; da TotalEnergies Brasil, Philippe Blanchard; e da Enauta, Décio Oddone.
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