PETROBRÁS ESBARRA NA CONTRATAÇÃO DE FPSOs E EQUIPAMENTOS SUBMARINOS POR CONTA DE DIFICULDADES NA CADEIA DE FORNECIMENTO

travassosApesar de estar avançando em alguns dos seus processos de licitação de navios-plataformas (FPSOs), a Petrobrás está encontrando dificuldades para a contratação de diversos equipamentos e embarcações. Segundo o diretor de engenharia, tecnologia e inovação da estatal, Carlos Travassos (foto), outros atores do setor de óleo e gás em todo o mundo também estão experimentando essa situação. As declarações foram dadas hoje (8), durante coletiva de imprensa virtual.

Segundo Travassos, a Petrobrás atualmente tem seis processos de contratação de plataformas em curso, sendo que quatro delas estão previstas para o Plano Estratégico atual. O diretor afirmou que a licitação para contratação do FPSO de Barracuda, na Bacia de Campos, está transcorrendo normalmente, com previsão de recebimento de propostas para julho de 2024.  Já a contratação para o FPSO de Albacora está em uma etapa além, já na fase de negociação com um proponente. “É um processo desafiador, mas nossos times estão discutindo. O limite para fechamento de negociação é no próximo mês de abril”, afirmou o executivo.

As licitações de Sépia 2 e Atapu 2 também estão correndo conforme o previsto, segundo Travassos. “Nós tínhamos uma previsão de propostas individuais para cada uma dessas unidades ou de uma proposta conjunta. Isto é, uma única empresa para as duas unidades. E foi o que exatamente aconteceu. Estamos em fase final de negociação para essas duas unidades e estamos otimistas em relação a esse processo. Mas ainda estamos em negociação”.

Conforme noticiamos, a Petrobrás postergou para junho o prazo para entrega de propostas para as plataformas de Sergipe Águas Profundas (SEAP I e SEAP II). Segundo o diretor, essa decisão aconteceu por conta da  “baixa competitividade do certame”. O executivo avaliou que uma das dificuldades nessa licitação é a questão do financiamento do projeto. Por isso, a companhia está buscando alternativas. “Estamos atuando junto à Marinha Mercante, junto a bancos privados e estrangeiros, de modo a mudar as condições de financiabilidade, mudar a condição do certame e obter as propostas”, contou.

Travassos narrou ainda que o mercado passa por um momento de dificuldades nas contratações, não só de topside e FPSOs, mas também de subsea e sondas. “No que diz respeito aos sistemas submarinos, enfrentamos diversos desafios tanto no EPCI quanto na fabricação de linhas. Nesse sentido, estamos conduzindo duas iniciativas. A primeira consiste em dialogar com o mercado a respeito das questões relacionadas às garantias, que são o principal obstáculo nesse setor. Em segundo lugar, também implementamos iniciativas internas para realizar uma análise matricial da cadeia de suprimentos. Estamos avaliando a capacidade de produção dessas empresas e ajustando nossas sistemáticas e estratégias de acordo com essa capacidade. Em outras palavras, estamos alinhando nossas demandas às capacidades do mercado”, explicou.

O diretor financeiro da Petrobrás, Sergio Caetano, também comentou sobre o impacto do afretamento de sondas no endividamento da companhia. De acordo com o executivo, a dívida da petroleira no final de 2023 estava por volta de R$ 59 bilhões. Daqui a 5 anos, segundo ele, esse volume será de R$ 57 bilhões, já considerando os custos de afretamento de plataformas. “Esse aumento que ocorreu [no endividamento] para R$ 62 bilhões e se deve em parte a inflação na contratação de bens, equipamentos. E uma outra parte substancial se deve à antecipação de entrada em operação de um dos nossos FPSOs. Na curva isso vai ser amortecido até o final do plano, sem necessidade de tomar dinheiro”, detalhou.

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Fabiano
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Fabiano

E a construção naval???? Parou no tempo!!!

Ralfo Penteado
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Ralfo Penteado

Atrasados desde quando ? Tinha tudo agora mendiga importações. No interin de 2019 a 2022 o santo “mercado” do Guedes nada fez. Vultosos e escandalosos dividendos saindo.

Rogério Faria
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Rogério Faria

Construção naval, manutenção das refinarias, construção e montagem de dutovias, equipamentos subsea etc.
Pagaremos um preço alto pelo sucateamento da cadeia produtiva e pelo desaparecimento da mão de obra especializada.
Precisaremos de muitos meses para alinhar os objetivos da Petrobras com a execução dos seus projetos.