PUC DESENVOLVE SISTEMA DE COMUNICAÇÃO SEM FIO PARA POÇOS DE PETRÓLEO | Petronotícias




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PUC DESENVOLVE SISTEMA DE COMUNICAÇÃO SEM FIO PARA POÇOS DE PETRÓLEO

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –

Com o objetivo de substituir os cabos e fibras no sistema de comunicação dos poços de petróleo, o Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada (ICA) da PUC-Rio desenvolveu uma rede de dispositivos sem fio que, de dentro dos tubos de produção, enviam informações, como pressão, temperatura e fluxo no fundo do poço, para a plataforma. De acordo com o diretor do laboratório, Marco Aurélio Cavalcanti Pacheco, o novo sistema pode aumentar em até 30% a eficiência da produção. A Petrobrás já demonstrou interesse no projeto e está negociando com o laboratório uma possível parceria.

Explique um pouco como funciona a rede de comunicação sem fio para sensores de poços de petróleo.

Essa tecnologia busca um sonho de consumo da indústria de petróleo, que é de obter, nos poços de produção, todas as informações, como pressão, temperatura e fluxo, de uma maneira mais eficiente, pois a produção exige conhecimento. Os medidores atuais são de grande porte, exigem cabos de fibra óptica na região anular, que fica entre os tubos de produção e as paredes do poço. Essa instalação é um pouco rude e, muitas vezes, acaba não funcionado ou funciona mal. A alternativa é a comunicação através dos dispositivos sem fio com tecnologia de sensor.

Esses dispositivos também ficariam na região anular?

Não seria viável instalar os dispositivos na região anular, devido às placas isoladoras de metal, que complicam a comunicação eletromagnética. A instalação desses sensores seria feita nos tubos de produção.

A tecnologia já está consolidada ou ainda precisa de mais testes?

A tecnologia foi testada por simuladores e está cientificamente consolidada, mas ainda são necessários os testes de campo. Precisa-se criar um ambiente de comunicação nas unidades de produção, com um comunicador para cada sensor, e investir em retransmissores, já que um dispositivo do fundo do tubo de produção pode não conseguir enviar as informações.

Quanto tempo de funcionamento dessa tecnologia compensaria o custo inicial de sua instalação?

A substituição seria vantajosa de imediato. A instalação do sistema não requer nada além de prender os comunicadores ao tubo de produção. A energia de alimentação do sensor também é pequena. Como as empresas estão investindo muito nas atividades de produção, essa tecnologia será fundamental.

Alguma empresa já demonstrou interesse na tecnologia?

Sim, a Petrobrás e a General Eletric.

Já houve discussão de valores para que essas empresas invistam em novos testes?

A Petrobrás fez uma proposta e estamos em processo de negociação.

Já há uma previsão para o novo sistema entrar em operação?

Não há uma previsão definida, apenas estimativas. Como os testes deverão durar por um ano e ainda serão necessários outros estudos para o funcionamento do sistema não ser afetado pelo óleo ou pela água, talvez o início das operações aconteça daqui a dois anos.

O laboratório desenvolve alguma outra tecnologia para esse fim?

Estamos desenvolvendo nanosensores, que também serão fáceis e baratos e servirão para qualquer indústria. Ainda não temos resultados dessa tecnologia, mas os objetivos são os mesmos: reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade.

Que outros tipos de pesquisa o laboratório desenvolve para o setor de Óleo & Gás?

São diversas pesquisas. Um exemplo é um projeto de alternativa de exploração que já é utilizado pela Petrobrás há alguns anos. Nós desenvolvemos um dispositivo automático para maximizar a produção de petróleo, de modo a determinar quais tipos de poços e onde se deve perfurar, planejar a melhor ordem de perfuração e controlar as válvulas. Tudo isso maximiza a produção e aumenta a vida útil do poço. Temos também um programa inteligente chamado “Smart”, que está sendo desenvolvido em parceria com a Petrobrás e se encontra em fase de testes. Esse recurso servirá às refinarias e também está relacionado à otimização da produção e à redução de custos. 

E em outros setores, que tipos de pesquisa são feitos?

Trabalhamos principalmente com os setores elétrico e de petróleo. Desenvolvemos um serviço de controle da confiabilidade dos profissionais de uma companhia, gerando relatório com a avaliação dos funcionários para a empresa remanejar sua equipe de modo a reduzir os riscos de acidente. Também trabalhamos com tecnologias de software para calcular os índices de sustentabilidade das empresas, que podem, assim, melhorar sua gestão. 

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