PETROBRÁS QUER DINHEIRO DESVIADO NA LAVA-JATO DE VOLTA
O depoimento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho (foto), segue seu curso na CPI da Petrobrás, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Eleito no final do último mês como presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, cargo que ocupa interinamente até que seja marcada nova assembleia-geral de acionistas, Coutinho afirmou que há uma orientação no conselho para que a companhia procure ressarcimento sobre danos e prejuízos em relação aos fatos da Lava Jato.
A afirmação foi feita após um questionamento do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que perguntou por que a Petrobras ainda não processou quem teria desviado dinheiro da estatal.
“O departamento jurídico da empresa está avaliando e irá tomar as medidas por orientação do Conselho, aguardando a conclusão e a elaboração das provas junto com o Ministério Público Federal. Esta é a orientação dada à orientação da empresa”, disse Coutinho.
Todos os contratos do BNDES com empresas envolvidas na Operação Lava- Jato poderão ser revistos caso ocorra alguma mudança na classificação de risco dos projetos financiados pelo banco, afirmou o executivo.
“Projetos em andamento que foram feitos sob contratos juridicamente perfeitos podem ser reavaliados se acontecer uma mudança relevante na classificação de risco do projeto ou nas condições cadastrais”, declarou.
O maior empréstimo realizado pelo banco para o desenvolvimento do refino no Brasil aconteceu em 2009, quando foi repassada uma quantia de R$ 25 bilhões para a Petrobrás, em condições de mercado e “em circunstância extraordinária”, afirmou Coutinho para os deputados. Segundo ele, uma parte do financiamento foi para a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), outra para plataformas de exploração e produção e outra para a transportadora de gás. O caráter público dos empréstimos foi destacado pelo executivo, que afirmou não haver empréstimos secretos no BNDES.
A Sete Brasil, empresa criada em 2011 para construir e depois afretar 28 sondas de perfuração para a Petrobrás, também foi um dos assuntos mais falados na sessão. A ida de Coutinho à CPI foi na condição de testemunha, para explicar o empréstimo de R$ 8,8 bilhões concedidos pelo BNDES à empresa. Segundo o presidente da instituição, o banco não possui contrato de crédito com a Sete Brasil e não desembolsou nenhum recurso para a empresa.
Segundo o executivo, o rigor técnico e a precaução do banco na contratação de financiamentos fizeram com que a Sete Brasil não cumprisse todas as exigências, o que acabou por levar a empresa a ter dificuldades financeiras.
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