PETROBRÁS ESTUDA TIRAR CONTRATO DA TOYO SETAL PARA CONSTRUÇÃO DE TÉRMICA NO AMAZONAS
A Petrobrás está se movimentando para tirar o contrato de EPC (engenharia, suprimentos e construção, na sigla em inglês) das mãos da Toyo Setal para a termelétrica Azulão, em Silves (AM). A intenção da estatal é incluir a usina no leilão A-5, responsável por comercializar energia que começará a ser fornecida em 2019, mas o envolvimento da Toyo nas denúncias da operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e sua decisão de assinar um acordo de delação devem resultar na rescisão do acordo. A Toyo venceu a concorrência pela prestação de serviços por um valor de R$ 540 milhões, mas o contrato deve ser repassado a outra empresa de construção e montagem, como revelou reportagem de Rodrigo Polito, no jornal Valor Econômico.
A usina deve ter uma capacidade instalada de 110 megawatts (MW), localizada junto ao campo de Azulão, que fornecerá o gás natural para a operação da termelétrica. Apesar dessa controvérsia, a usina de Azulão está habilitada para participar do leilão A-5, uma vez que todos os deveres burocráticos para tal foram cumpridos, incluindo os financeiros. Não se sabe se haverá lances da Petrobrás para a venda de energia da usina.
Além de Azulão, outra usina amazonense está apta a participar do leilão. Trata-se de Mauá 3, da Amazonas Energia, do grupo Eletrobrás, que, somando com Azulão, acumula aproximadamente 686 MW de capacidade instalada. Mauá 3 ficará em Manaus, e deve consumir o gás produzido no campo de Urucu, operado pela Petrobrás.
A decisão de afastar a Toyo da obra, caso se confirme, deixa a Petrobrás numa posição complexa. Enquanto diversas empresas têm sido apontadas como envolvidas em casos de corrupção para conseguir contratos com a estatal, a companhia só está afastando as que assumiram seus erros e buscaram consertar o que for possível. Isso porque, no caso da SBM, a Petrobrás decidiu afastá-la das concorrências somente após a própria empresa holandesa informar que descobrira o pagamento de propinas. Agora com a Toyo a situação é parecida, já que ela foi a única empreiteira até o momento que aceitou fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Enquanto isso, empresas como Odebrecht e Queiroz Galvão, que foram citadas pelas investigações e pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, acabaram de receber novos convites da Petrobrás para uma licitação de sondas.
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