PETROBRÁS VAI INVESTIR US$ 2,8 BILHÕES PARA REDUZIR EMISSÕES DE CARBONO E ANUNCIA NOVO GASODUTO NA COSTA DE SERGIPE E ALAGOAS
A Petrobrás investirá US$ 2,8 bilhões em iniciativas para redução de emissões de carbono em suas operações, nos próximos cinco anos, A empresa diz que esta decisão está em linha com sua estratégia de viabilizar uma transição energética segura e inclusiva. Desse total, um volume de US$ 248 milhões será destinado a um fundo de descarbonização especialmente criado pela companhia para desenvolver tecnologias e soluções de baixo carbono. Esses foram alguns dos destaques da fala do presidente da Petrobrás, Caio Paes de Andrade, por meio de depoimento em vídeo, durante a Rio Oil & Gas: “Trabalhamos sem descanso para neutralizar as emissões operacionais em prazo compatível com o estabelecido pelo Acordo de Paris. Temos um caminho muito claro para cumprir essa meta: estamos priorizando nossos investimentos em descarbonização e o desenvolvimento de bioprodutos. Ele revelou ainda que a Petrobrás está iniciando a produção de uma nova geração de combustíveis, mais modernos e sustentáveis que os atuais, como o diesel renovável e o bioquerosene de aviação.
No painel “Aproveitamento do gás natural associado e produzido nos campos do pré-sal“, o gerente executivo de Gás e Energia da Petrobrás, Álvaro Tupiassu, destacou que a companhia prevê instalar um gasoduto com capacidade de escoar até 18 milhões de m³ de gás por dia, com mais de 100 km de extensão, integrando uma das principais frentes do chamado Projeto Sergipe Águas Profundas(SEAP): “Em fase de desenvolvimento, trata-se de um dos maiores projetos de gás do Brasil, tanto do ponto de vista de volume de produção quanto de oferta de gás.” Localizado na Bacia de Sergipe-Alagoas, a 100 km da costa, o projeto SEAP faz parte da estratégia da companhia de focar em ativos em águas profundas com elevado potencial de geração de valor, resiliente a cenários de baixos preços de petróleo e com baixa emissão de carbono por barril produzido, segundo Tupiassu: “Os investimentos da Petrobrás nessa nova fronteira abrirão uma série de oportunidades para a indústria e aumentarão substancialmente a disponibilidade de gás para o mercado nacional, reduzindo o volume de gás importado.”
No painel “Novas tecnologias para o pré-sal: avanços recentes e como a tecnologia pode ajudar na geração de valor”, a gerente executiva do Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobrás (Cenpes), Maiza Goulart, destacou que o petróleo do pré-sal é um dos mais descarbonizados da indústria. “A Petrobrás alcançou, em dezembro de 2021, a reinjeção de cerca de 30 milhões de toneladas de CO2 nos reservatórios do pré-sal, evitando sua ventilação para a atmosfera. A projeção é que, até 2025, sejam reinjetados 40 milhões de toneladas de CO2. É o maior projeto de tecnologia de Carbon Capture, Usage and Storage – o chamado CCUS – do mundo em águas profundas.” Maíza ressaltou que a tendência futura da indústria é priorizar projetos duplamente resilientes, conciliando cenários de baixos preços de petróleo e redução de emissões. “Para isso, temos buscado desenvolver mais tecnologias que incorporam eficiência de custo com sustentabilidade, como o All Eletric, flare fechado, separação de gás submarino, entre outras.”
Na sessão “As novas fronteiras exploratórias e os grandes projetos de desenvolvimento da produção para suporte a uma transição energética segura”, o Diretor de E&P, Fernando Borges, destacou a relevância do setor de petróleo para tornar possível a transição para uma economia global de baixo carbono: “O papel da indústria de óleo e gás não é de passagem, mas de viabilizador da transição energética segura. Se mudarmos a abordagem, a forma de fazer a exploração e produção de óleo e gás, a indústria de petróleo será parte da solução para a energia de baixo carbono. A nossa nova abordagem na exploração e produção é baseada na nossa principal vantagem competitiva: o nosso conhecimento aprimorado pela transformação digital, inovação e processamento orientado por dados. Criamos o conceito de uma nova geração de campos offshore, que vão incorporar as mais avançadas tecnologias disruptivas, impactando a nossa curva de valor.”
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