PETROLEIROS FAZEM PARALISAÇÃO CONTRA NOVA GESTÃO DA PETROBRÁS NESTA SEXTA-FEIRA

A nova gestão da Petrobrás recebe seu primeiro cartão de visitas. Em mobilização contra a venda de ativos e a mudança na regra de operação única do pré-sal, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) confirmou para esta sexta-feira (10) uma paralisação de 24 horas, que irá acontecer em todas as bases da entidade, com exceção de Minas Gerais. O movimento deverá representar a primeira grande oposição à presidência de Pedro Parente, que assumiu a estatal na última semana e vem sinalizando uma maior abertura do mercado nacional ao capital de empresas privadas estrangeiras.

A interrupção das atividades surge como ameaça de greve frente às novas diretrizes da empresa. Com previsão de início a partir da meia-noite de amanhã, o ato acontecerá no mesmo dia do primeiro ato nacional contra o governo interino de Michel Temer. Entre outras pautas, os petroleiros irão se unir contra “a entrega do pré-sal e a privatização da Petrobrás”.

“Como em outros momentos da nossa história, o petróleo está novamente no centro do golpe que coloca em xeque o Estado Democrático”, afirmou em nota a FUP. A entidade critica a “tropa de choque” montada por Parente para garantir a venda de ativos, citando a nomeação do CEO da BG Brasil, Nelson Luiz Costa Silva, para o cargo de consultor sênior de Estratégia.

A paralisação aponta para um novo caminho de mobilizações contra a venda de ativos da Petrobrás, menos de sete meses depois do fim da greve que se opôs à política de desinvestimentos de Aldemir Bendine. O movimento contou com participação também da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), e resultou em uma perda de 2,29 milhões de barris de petróleo à estatal.