PIRATAS DOS RIOS DA AMAZÔNIA JÁ ROUBARAM MAIS DE 780 MIL LITROS DE COMBUSTÍVEL CAUSANDO PREJUÍZOS DE R$ 100 MILHÕES
Os piratas dos rios fizeram mais uma vítima. Uma balsa foi assaltada na região de Itacoatiara, em Manaus, na semana passada, e os criminosos roubaram 250 mil litros de combustível. No total, segundo o Instituto Combustível Legal (ICL), já foram mais de 780 mil litros de combustíveis roubados em ações dos piratas na região Norte do país este ano. O perigo na navegabilidade da região faz com que o Instituto Combustível Legal desenvolva ações para tentar combater a prática criminosa. Uma das pautas defendidas pelo ICL, “Segurança nas Hidrovias do Norte” será reforçada e tem por finalidade promover ações mais efetivas entre diversas instituições públicas federais, como Receita Federal, ANP, Polícia Federal, CADE, MPF e outros, e estaduais, como Secretarias de Fazenda, IPEM, PROCON, MPE. A cooperação visa facilitar a troca de informações e aprimorar a orientação das ações de combate ao crime organizado, à evasão fiscal e aos agentes que prejudicam diretamente o consumidor por meio de práticas como adulteração de combustível e de bombas medidoras. “Essas irregularidades, praticadas por agentes desleais no setor de combustíveis, prejudicam a sociedade como um todo. Entendemos que é de fundamental importância esse esforço conjunto para coibir essas práticas e promover um ambiente mais justo e transparente no setor“, analisa Carlo Faccio, diretor do ICL.
Um dos grandes problemas enfrentados pelo setor é a maior integração entre poderes público e privado para fortalecer a inteligência e o monitoramento das hidrovias no norte do Brasil em virtude de roubos de “piratas de rios” que causam prejuízo de mais de R$ 100 milhões por ano com impacto direto para as empresas e a sociedade. Outro foco é o aperfeiçoamento dos órgãos de segurança para fiscalização ativa das vias fluviais e o fortalecimento das leis para penalização de atos ilícitos. “Estes roubos comprometem o funcionamento e abastecimento de maquinários, postos e, até mesmo, de termelétricas. Pode faltar insumo para geração de energia, que é essencial para o desenvolvimento socioeconômico regional. Temos trabalhado com as autoridades para estabelecer segurança e evitar que atos ilícitos possam prejudicar a vida das corporações e do cidadão de bem“, avalia Faccio.
Os grupos criminosos abordam as balsas e fazem a drenagem dos tanques, levando o produto para as cidades ribeirinhas. Usam o combustível roubado – diesel e gasolina – para promover o abastecimento de veículos usados em ações ilegais, incluindo aviões para transporte aéreo de drogas que vêm da Colômbia e da Venezuela, por exemplo. O transporte aquaviário não conta ainda com uma polícia dedicada à fiscalização; falta monitoramento das embarcações, até para dar mais garantia de previsibilidade ao abastecimento.
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