BRASIL JÁ TEM UM DEFICIT HISTÓRICO NA BALANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS E VAI PIORAR SE NADA FOR FEITO PARA CORRIGIR OS PROBLEMAS

abiquiAs Importações de produtos químicos  impulsionadas por preços predatórios de origens asiáticas, levam o Brasil ao menor patamar em termos de volume de produção nacional de químicos dos últimos 30 anos. É o segundo maior déficit da história, diz a ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química.  No acumulado do ano, até outubro, as importações de produtos químicos somaram US$ 52 bilhões e as exportações chegaram a praticamente  US$ 12,1 bilhões, resultando em um saldo comercial negativo de US$ 39,9 bilhões. Para o consolidado de 2023, as projeções indicam que o déficit em produtos químicos deverá atingir os US$ 47 bilhões, “no contexto de importações impulsionadas por preços predatórios de origens asiáticas e que resultaram no menor patamar em termos de volume de produção nacional dos últimos 30 anos, com uma ociosidade média de 35% da capacidade instalada da indústria química no Brasil,” diz a ABIQUIM.

Em termos de quantidades físicas, foram registrados, até outubro, expressivos aumentos nos volumes de importações de plastificantes (79,1%), de resinas termoplásticas (16,7%), de produtos petroquímicos básicos (12,6%), de intermediários químicos para detergentes (6,5%), entre outros produtos químicos diversos para uso industrial (12,8%), realizadas a preços, em média 22,9% inferiores àqueles do mesmo perícanoodo do ano passado, e que estão desequilibrando o mercado interno e ameaçando fabricações nacionais de produtos estratégicos para várias cadeias de agregação de valor no País.

As exportações, por sua vez, em números absolutos muito menores, tiveram, até outubro, uma queda de 11,3% em quantidades físicas, computando 11,7 milhões de toneladas, no contexto do crescente deslocamento de produtos brasileiros nos principais parceiros comerciais, em razão da ocupação desses mercados por produtos asiáticos com competitividade coresartificialmente sustentada em insumos (gás natural e energia) e matérias-primas russas adquiridos por países com preços favorecidos em razão da guerra no leste europeu, e pela intensificação das dificuldades conjunturais econômicas e cambiais da Argentina, individualmente principal mercado de destino dos produtos químicos brasileiros.

Para a Diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, os resultados da balança comercial em produtos químicos “são alarmantes”, além de serem indiscutíveis as evidências de que o Brasil precisa urgentemente de políticas de alto impacto e que permitam, no curto prazo, reduzir a vulnerabilidade em cadeias estratégicas sensíveis às oscilações da conjuntura internacional e, de uma maneira sustentada, criar valor agregado às riquezas naturais e às vantagens comparativas de que o Brasil dispõe. “A recente decisão do Governo sobre o retorno das alíquotas de importação de químicos aogarrafas patamar padrão da Tarifa Externa Comum foi um primeiro e indispensável passo para o reestabelecimento das reais condições de competitividade da indústria nacional, e consequentemente, aumentar a participação da indústria no PIB. Complementarmente, a Abiquim segue firmemente advogando por outras medidas fundamentais e urgentes como a efetivação de uma Lista de Elevações Transitórias à Tarifa Externa Comum do Mercosul, que contemple os produtos químicos que mais sofreram com surtos de importações predatórias, e a construção de uma política para o uso do gás natural como matéria-prima.

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Brasil tem altos impostos, burocracia, falta de mão de obra qualificada, infraestrutura e investimento. Vai só piorar.