POLÍCIA FEDERAL APONTA DESVIOS TAMBÉM NA IMPORTAÇÃO DE COMBUSTÍVEL E NO AFRETAMENTO DE NAVIOS NA PETROBRÁS

O esquema de corrupção na Petrobrás, investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, parece mostrar cada vez uma nova face. Agora, a PF apontou que o ex-diretor Paulo Roberto Costa também desviou dinheiro por meio da compra de combustíveis no exterior e com o afretamento de embarcações.

De acordo com as investigações, Costa utilizava três contas fora do país para receber os recursos desviados, em nome de seu genro Humberto Mesquita.

A partir de documentos reunidos pela investigação, já nas mãos da Justiça, a Polícia Federal constatou a existência de US$ 530 mil numa conta no banco UBS, na Suíça, destinada a receber valores da empresa de armadores GB Marine. Segundo os investigadores, parte do dinheiro desviado era utilizado para pagar propinas a políticos ligados ao esquema.

As duas atividades, de importação de combustíveis e afretamento de navios, respondem por grandes fatias do orçamento da Petrobrás, de modo que os desvios podem representar grandes somas de dinheiro. Os números dessa parte da investigação ainda não foram divulgados em detalhes, mas é sabido que tanto a compra de gasolina e diesel fora do país, quanto o afretamento de embarcações, movimentam bilhões dentro da estatal.

Costa já se comprometeu, por meio do termo de delação premiada, a devolver todo o dinheiro que tiver sido fruto de atividades irregulares suas dentro da petroleira, incluindo US$ 23 milhões em contas na Suíça, US$ 2,8 milhões nas ilhas Cayman, uma lancha avaliada em R$ 1,1 milhão, o equivalente ao valor de terrenos em Mangaratiba avaliados em R$ 3,2 milhões, além de pagar uma multa de R$ 5 milhões.