POLÍCIA FEDERAL INDICIA DIRIGENTES DA OAS, QUEIROZ GALVÃO E GALVÃO ENGENHARIA

fotoCinco dirigentes e executivos da empreiteira OAS, o presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, seu  diretor-geral Othon Zanoide de Moraes Filho e o presidente da Galvão Engenharia Erton Medeiros Fonseca, foram indiciados nesta terça-feira (9) acusados de cinco crimes: lavagem de dinheiro, fraude a licitações, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e corrupção ativa.

Os integrantes da OAS são José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da construtora, José Ricardo Nogueira Breghirolli, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, Alexandre Portela Barbosa e Agenor Franklin Magalhães Medeiros. Quatro deles tiveram prisão preventiva decretada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná. Os contratos em reais da OAS com a Petrobras, individuais e em consórcios, somaram R$ 10,07 bilhões entre 2005 e 2014. Os que foram fechados em dólar alcançaram US$ 48,110 milhões.

Os executivos da OAS são acusados de integrar o cartel de empresas que dividia obras da Petrobrás e pagava propina a agentes públicos. Eles permaneceram calados durante os depoimentos concedidos à Polícia Federal. Os advogados afirmaram que eles foram orientados a permanecer em silêncio até que tivessem acesso aos depoimentos de delação premiada dos executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto, ambos da Toyo-Setal.

A PF identificou que a OAS S/A e a Construtora OAS S/A transferiram, pelo menos, cerca de R$ 6,9 milhões a empresas de fachada usadas por Youssef para fazer a distribuição de propina. A empresa OAS African também depositou US$ 4,8 milhões em contas do esquema no exterior. Por mensagens trocadas com o doleiro, Breghirolli mandou pagar R$ 110 mil a Marice Correa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Dos três indiciados pela PF, Erton Medeiros é o único que continua preso em Curitiba. Os gestores da Queiroz Galvão conseguiram ser soltos após a deflagração da etapa mais recente da Operação Lava-Jato, deflagrada no último dia 14.

As empresas são suspeitas de pagamento de propina e de formação de um cartel para fatiar contratos de obras da Petrobrás, O inquérito cita que a Galvão Engenharia foi uma grande depositante de quantias nas contas da MO Consultoria, do doleiro Alberto Youssef. Erton admitiu ter pago “vantagens indevidas” a Youssef. Segundo o relatório do indiciamento,  na sede da Queiroz Galvão, os policiais encontraram grande volume de recibos oficiais de doações para partidos políticos.

O indiciamento representa a conclusão da PF sobre a prática de crimes pelos acusados. Agora, para que a Justiça passe a investigá-los formalmente, é preciso que o MPF denuncie os suspeitos. Se a Justiça aceitar a denúncia, os acusados se tornam réus.

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