PORTO DE SANTOS ASSINA ACORDO COM A WILSON SONS E A DOCKTECH PARA MONITORAR SUAS ÁREAS DE ATRACAÇÃO

portoA Santos Port Authority (SPA), a Wilson Sons e a DockTech assinaram um acordo de cooperação técnica para aperfeiçoamento e uso de tecnologia inédita de monitoramento do leito marítimo. O acordo formaliza parceria que visa o estudo e colaboração entre as três empresas para aperfeiçoamento de solução de monitoramento em tempo real da profundidade operacional do canal de navegação e acesso aos berços de atracação do Porto de Santos. Desenvolvida pela startup israelense DockTech, a solução mapeia em tempo real a profundidade do canal de navegação e é capaz de entender o padrão de assoreamento dos portos, prevendo como as variações no leito afetam a segurança da navegação e o transporte de cargas. O diretor-presidente da SPA, Fernando Biral (foto à direita), destaca que a iniciativa integra a estratégia da SPA de unir esforços com a comunidade portuária e agentes públicos e privados da região para encontrar padrões e semelhanças em serviços, viabilizandobiral seu compartilhamento para racionalizar investimentos e acelerar o processo de inovação em busca de maior eficiência operacional. “Essa parceria é um marco importante, pois mostra que juntos podemos fazer mais e melhor para colocar o Porto de Santos em um novo patamar de desempenho e inovação tecnológica”, disse.

A interação com a Wilson Sons e a DockTech é a primeira iniciativa regrada pela norma da SPA que estabelece diretrizes de parcerias para o desenvolvimento de inovações tecnológicas no Porto. A Wilson Sons tem participação minoritária na DockTech e acordo de exclusividade comercial com a empresa para implementação em portos brasileiros. O investimento faz parte da estratégia da companhia de fomentar a inovação e o desenvolvimento da infraestrutura portuária e marítima. Os primeiros testes com a tecnologia no Brasil ocorreram no Porto de Santos e, agora, com o acordo de cooperação técnica, a parceria será ampliada.

Para Marcio-Castro-Wilson-Sons-RebocadoresMárcio Castro (foto à esquerda), diretor executivo da divisão de rebocadores da Wilson Sons disse que “ter como parceiro estratégico o maior porto da América Latina é muito significativo para nós e oportuno para o aprimoramento da ferramenta.” A tecnologia de gêmeos digitais da DockTech utiliza dados batimétricos (medição da profundidade) coletados pelos rebocadores da Wilson Sons para criar uma representação virtual dinâmica do leito marítimo do Porto. Ao analisar esses dados com algoritmos baseados em inteligência artificial é possível identificar a ocorrência de assoreamento, antecipar as necessidades de dragagem e garantir maior segurança à navegação.

 Uri Yoselevich (foto à direita), CEO da DockTech, afirmou que  a infraestrutura portuária mundial ainda nãouri possui instrumentos capazes de monitorar em tempo real a profundidade dos canais de navegação e acesso aos berços de atracação. “A solução da DockTech possibilita fazer essa medição de forma dinâmica e, assim, evitar restrições de calado operacional, aumentar a segurança da navegação e prevenir o desperdício de recursos com dragagem”, avaliou. As campanhas para levantamentos hidrográficos, categoria A, ordem especial, que são utilizados para monitoramento das profundidades do canal de acesso do Porto de Santos e para acompanhamento e medição dos serviços de dragagem, custam em torno de R$ 2 milhões por ano. Biral explica que a nova tecnologia possibilitará à SPA aprimorar seu planejamento e investir de forma mais assertiva e eficiente na manutenção da profundidade do canal de navegação do Porto.

Além da redução dos custos, outro benefício apontado pelo executivo da Wilson Sons é a possibilidade de antecipar cenários e entender como condições meteoceanográficas afetam o assoreamento do canal. A ferramenta alimenta com dados 24 horas por dia. Isso permite uma visualização dinâmica do que ocorre no porto. É como substituir uma foto por um filme em tempo real. A Autoridade Portuária irá cooperar na análise técnica e aperfeiçoamento da ferramenta, sugerindo adequações que atendam às necessidades da SPA, além de propor novas aplicabilidades e possíveis ganhos viabilizados pelo uso da solução. A norma que estabelece as diretrizes para parcerias no Porto de Santos, publicada em setembro, abre um leque de possibilidades para o ecossistema de inovação que visa a intensificar a cooperação entre a SPA, os terminais portuários, instituições científicas e tecnológicas, institutos de pesquisa e startups em busca de soluções compartilhadas para as atividades do Porto de Santos.

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