PORTUGAL MOSTRA GRANDE INTERESSE POR TECNOLOGIA BRASILEIRA PARA CONSTRUÇÃO DE NOVO GASODUTO EUROPEU

Buscando estreitar ainda mais o traço que liga Brasil e Portugal, um grupo de empresários esteve recentemente no país europeu em busca de novas oportunidades de negócios – e o resultado dessa aproximação já se mostra bastante animador. A missão empresarial foi organizada pelo escritório de advocacia Pinto Machado e reuniu um conjunto de executivos brasileiros de diferentes setores. Uma das empresas participantes foi a Liderroll, que pôde apresentar aos portugueses o seu conjunto de inovações para construção de dutos. Em uma das oportunidades mapeadas, a Liderroll poderia participar das obras de um novo gasoduto que está sendo planejado na Europa, com sua tecnologia para lançamento de dutos. A linha levará o gás do Porto de Sines até os demais países europeus. O projeto é considerado vital para o continente, de modo a reduzir a dependência europeia em relação ao gás da Rússia. “A Liderroll poderia participar, principalmente, da construção do trecho do gasoduto que passará por Portugal”, detalhou o advogado Adriano Pinto Machado, organizador da missão empresarial. Ele comentou ainda que a Liderroll também foi procurada para potenciais conversas sobre negócios em setores como abastecimento de água, energia limpa e hidrogênio. Em paralelo, a Liderroll foi convidada e fez uma nova missão de oito dias exclusiva neste mês de março, já para tratar de possíveis contratos e avaliações para implantar uma base industrial europeia com nacionalidade portuguesa. Como fruto desses movimentos, o escritório Pinto Machado trará uma comitiva de empresários portugueses para o Brasil em abril. “As empresas portuguesas enxergam uma grande oportunidade de fechar parcerias ou joint-ventures no Brasil, porque necessitam disso para a Europa. O Brasil é um país de ponta na parte de engenharia, principalmente no setor de óleo e gás”, avaliou Machado.

Para começar nossa entrevista, poderia falar um pouco sobre os principais resultados da missão empresarial realizada em Portugal em outubro do ano passado? 

O empresariado brasileiro sempre teve muita vontade de fazer negócios em Portugal. No entanto, geralmente, os empresários não conhecem muito bem o país e o mercado português. Por isso, reunimos um grupo de empresários brasileiros e fizemos um cronograma de visitas técnicas. Foi uma semana intensa. Visitamos a Câmara de Oeiras, Oeiras Valley Investment Agency, o Banco BTG Pactual de Lisboa, o Banco Edmond Rotchild, a Trust Management, a Ribeira Alves Bacalhau, a Adega Mãe e o Cassino do Estoril.

No encerramento da missão, foi realizada uma palestra na qual foram expostos assuntos voltados para o aspecto empresarial. Foi uma semana intensa de reuniões, de segunda a sábado. Uma das empresas brasileiras participantes dessa missão foi a Liderroll. Prospectamos em Portugal novas oportunidades de mercado para a Liderroll no segmento de óleo e gás e também em outros setores.  

Essa missão empresarial de outubro abriu portas e possibilitou a realização de uma missão empresarial em Cabo Verde, que foi realizada no mês passado. Para abril, a ideia é trazer empresários portugueses para conhecerem oportunidades de negócios no Brasil. 

Qual o potencial dessa interação entre empresas brasileiras e portuguesas? 

O presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, e o advogado Adriano Pinto Machado

Essa ligação entre as empresas dos dois países é muito importante. O Brasil tem uma tecnologia de ponta com a Liderroll para lançamento de dutos. A empresa possui oito patentes registradas em todo o mundo. Além disso, o Brasil possui uma engenharia que a Europa não tem. Então, Portugal é um campo de exploração para as empresas brasileiras. 

Portugal é a porta de entrada para o mercado da Europa. As empresas constituídas em Portugal que se tornam europeias podem concorrer em licitações públicas em todo o continente. Podem concorrer, inclusive, nas atividades de reconstrução da Ucrânia. Então, é  verdadeiramente uma porta de entrada. O mercado europeu está sedento das tecnologias existentes no Brasil. 

E quais são as oportunidades que estão sendo mapeadas pelas empresas portuguesas no Brasil? 

As empresas portuguesas enxergam uma grande oportunidade de fechar parcerias ou joint ventures no Brasil, porque necessitam disso para a Europa. O Brasil é um país de ponta na parte de engenharia, principalmente no setor de óleo e gás.

O senhor mencionou o interesse da brasileira Liderroll no mercado de Portugal. Levando em consideração as conversas iniciais realizadas nessa missão empresarial, a Liderroll poderia atuar em quais projetos portugueses? 

Porto de Sines

A Liderroll pode, eventualmente, contribuir muito na construção de um gasoduto que está sendo planejado em Portugal. A ideia é que o gás natural recebido por navios dos Estados Unidos chegue ao Porto de Sines. Depois, esse gás será exportado por meio desse novo gasoduto para o restante da Europa. Seria uma nova alternativa de abastecimento de gás, em virtude da guerra na Ucrânia. A Liderroll poderia participar, principalmente, da construção do trecho do gasoduto que passará por Portugal. 

Em paralelo, depois de participar da missão empresarial de outubro, a Liderroll também foi convidada para conversar sobre possibilidades de negócios em outros setores, tais como abastecimento de água, energia limpa e hidrogênio. Foram várias reuniões envolvendo agentes públicos e privados. A empresa foi bastante procurada durante a última semana após o Carnaval.

A Liderroll foi convidada e fez uma nova missão de oito dias exclusiva neste mês de março, já para tratar de possíveis contratos e avaliações para implantar uma base industrial europeia com nacionalidade portuguesa.

Poderia falar mais sobre a nova missão empresarial que será realizada no Brasil, no mês de abril? 

A missão começará no dia 17 de abril na Fecomercio, no Rio de Janeiro (RJ). No dia 18, a comitiva visitará a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), na capital Vitória (ES). E, no dia 19, visitaremos a Câmara de Comércio Brasil-Portugal, em São Paulo (SP). A comitiva será formada por representantes de empresas portuguesas do Oeiras Valley. 

O Oeiras Valley é conhecido como o Vale do Silício de Portugal e reúne empresas dos setores automotivo, tecnológico, científico, energético, entre outros. O objetivo é apresentar o Oeiras Valley como porta de entrada para a Europa e detalhar as oportunidades de potenciais parcerias. É possível realizar parcerias com empresas já constituídas em Portugal. Há também oportunidades para investidores que queiram constituir empresas em Portugal e fechar parceria com outras empresas europeias.