PREÇO DO URÂNIO DISPARA NO MERCADO INTERNACIONAL POR CAUSA DA COVID-19 | Petronotícias




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PREÇO DO URÂNIO DISPARA NO MERCADO INTERNACIONAL POR CAUSA DA COVID-19

img_796x493$2018_10_17_13_11_10_340923Quem está em alta no mercado com o preço lá em cima é o Urânio,  metal radioativo usado como combustível nuclear, que  subiu 31% somente este ano,  tornando-se a commodity com melhor desempenho no mundo. Os ganhos foram estimulados pelas paralisações em minas que eliminaram mais de um terço da produção global anual, numa altura em que a procura por parte das fábricas permaneceu relativamente estável. “É um movimento duplo a favor do urânio”, disse Nick Piquard, gestor de carteiras da Horizons ETFs. “Provavelmente a Covid-19 não afetou tanto a procura por energia nuclear, mas certamente está a impactar a oferta.”

Embora a procura por energia, incluindo a nuclear, seja prejudicada pela pandemia, a expectativa é que muitas centrais atômicas continuem a operar. Isso acontece, sobretudo,  porque é mais fácil ligar e desligar centrais a carvão e gás do que que as instalações nucleares. Por isso, vale a pena mantê-las  funcionando, mesmo que a procura por eletricidade diminua um pouco, explicou Piquard.

A indústria de urânio caiu de produção desde Fukushima, em 2011, o que levou ao fecho da maioria dos reatores nucleares do Japão e a uma reavaliação da energia nuclear no mundo inteiro. A mudança fez com que aumentasse o estoque de Urânio, derrubando os preços em até 75% em relação aos picos alcançados em 2011. Devido aos preços baixos, duas gigantes do setor — Kazatomprom e Cameco — reduziram a produção de urânio nos últimos três anos para diminuir o excesso de oferta do produto.

A crise da covid-19 acelerou bruscamente esse processo. A líder Kazatomprom anunciou em abril a redução das atividades operacionais nas minas de urânio no Cazaquistão por cerca de três meses. Já a Cameco diminuiu ainda mais a produção no mês passado ao paralisar as atividades em Cigar Lake, a mina que mais produz no mundo, localizada no Canadá. A suspensão depois foi estendida por tempo “indeterminado.” Ao todo, as paralisações durante três semanas eliminaram cerca de 35% da produção global anual de urânio, de acordo com o especialista Mike Kozak.

Contratos futuros de urânio negociados em Nova Iorque avançaram cerca de 36% desde meados de março para 32,50 dólares por libra-peso. Ações e fundos negociados em bolsa (ETFs) acompanharam o movimento de valorização. O receio em relação ao abastecimento futuro explica a alta dos preços do urânio. As empresas de eletricidade geralmente mantêm estoques  suficientes para um ano e meio ou até cinco anos de funcionamento, para não evitar problemas logísticos e manter a produção de energia. Mais recentemente, as empresas de energia nuclear têm conseguido satisfazer as suas necessidades recorrendo aos excedentes que se acumularam pelo mundo.

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