PREJUÍZO ACIMA DE 3,7 BILHÕES NO TRIMESTRE FAZ PETROBRÁS ENXUGAR EM MAIS DOIS BILHÕES SEUS INVESTIMENTOS
Uma coisa é certa: a nova administração da Petrobrás não está dando muito resultado positivo. Negativo, sim. O prejuízo anunciado oficialmente pela estatal é um reflexo do que a companhia é hoje: prejuízo de R$ 3,76 bilhões no terceiro trimestre. O balanço financeiro da estatal mostra que o resultado foi fortemente afetado pela desvalorização do real, que elevou seu endividamento e os custos operacionais. O câmbio pressionou diretamente a gigantesca dívida em moeda estrangeira da companhia, gerando um custo adicional de R$ 5,4 bilhões com o pagamento de juros. É o terceiro prejuízo nos últimos cinco trimestres, confirmando que as soluções financeiras buscadas pela Petrobrás não estão obtendo resultados animadores. E para piorar o quadro, um novo anúncio de uma nova redução do valor dos investimentos previstos. De 25 para 23 bilhões de dólares.
Com o novo saldo, a empresa agora é a segunda mais endividada entre todas as companhias da América Latina e dos Estados Unidos, segundo análise de mercado feita pela consultoria Economática. O terceiro trimestre trouxe um forte agravamento da situação que já não era fácil, e o endividamento bruto da estatal faz apenas crescer.
Os resultados operacionais, no entanto, agradaram ao diretor financeiro da Companhia Ivan Monteiro. Ele disse que a recuperação da estatal não se dará com “uma varinha mágica”.
“Tudo que fazemos é para que a companhia melhore estruturalmente, não seja algo pontual. Estamos muito satisfeitos com o resultado alcançado até agora, mas estamos vigilantes”,
Monteiro descartou ampliar as baixas contábeis referentes à corrupção na empresa, mesmo após a Polícia Federal indicar, em laudo, que os desvios podem chegar a R$ 42 bilhões. No balanço do terceiro trimestre de 2014, a companhia estimou em R$ 6,2 bilhões as perdas com a corrupção descobertas durante as investigações da Operação Lava Jato. Monteiro desconsiderou as informações das investigações da Polícia Federal:
“Não temos nenhuma informação adicional, de nenhuma fonte, que leve a acreditar que aquele valor de perdas esteja equivocado. Esse valor não vai ser alterado”.
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