PRIMEIRO DIA DA MOSSORÓ OIL & GAS ENERGY DESTACA O PAPEL DO RIO GRANDE DO NORTE NA INTEGRAÇÃO ENTRE FONTES FÓSSEIS E RENOVÁVEIS
O Rio Grande do Norte reúne potencial para ser destaque mundial na integração energética entre fontes fósseis e renováveis, no contexto da transição para matriz energética mais limpa e eficiente. Essa foi a tônica dos debates no primeiro dia do Mossoró Oil & gás Energy (MOGE), que começou nesta terça-feira (26), no Expocenter Ufersa, em Mossoró (RN).
Durante a conferência de abertura do evento, diversos especialistas falaram sobre a complementaridade entre o petróleo e gás e as energias solar e eólica. E, segundo os palestrantes, o Rio Grande do Norte dispõe de condições para virar referência nessa simbiose energética. O ex-senador e ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates avalia que o ambiente é amplamente favorável para transformar o Rio Grande do Norte no melhor ambiente do mundo para investir em petróleo descarbonizado e em energia renováveis. “Sem falar no offshore em águas rasas, que é outra imensa janela de oportunidade, barata e viável”, disse.
Já o diretor comercial e de regulação da TAG, Ovídio Quintana, destacou que “há muita sinergia a ser explorada nesse lado logístico (entre as indústrias do petróleo e as renováveis)”, frisou, destacando como preponderante nesse cenário o mercado de gás natural, que cresceu no Nordeste nos últimos três e que possui projeções futuras favoráveis.
Falando especificamente sobre o papel de Mossoró na integração energética, o diretor do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, vê a cidade com um potencial imenso, podendo ser protagonista dentro do estado. Na visão dele, não é mais possível abordar energia de maneira separada, falando apenas de energia eólica, solar ou petróleo. “Temos sol, vento, óleo e gás, e Mossoró liderando o ambiente de negócios, onde empresas estão instaladas”, analisou.
É em Mossoró, por exemplo, onde a Voltalia, empresa que atua em 20 países, mantém seu principal centro de operações do mundo. Rodrigo Mello acrescenta que, no contexto da integração energética, Mossoró e o Rio Grande do Norte podem liderar o novo modelo de coexistência entre óleo e gás e energias renováveis, a partir de duas perspectivas.
Ainda nessa linha, o diretor de Operação e Manutenção da Voltália, Eduardo Rêgo Cavalcante, disse que as empresas de petróleo e de renováveis já coexistem em várias áreas, como em projetos em Serra do Mel e Areia Branca (cluster Serra Branca). “Projetos de renováveis também nascem próximo à exploração de óleo e gás e compartilham vários pontos, como a segurança patrimonial. Empresas fornecedoras na área de óleo e gás passam a prestar serviços também às renováveis. Com essa integração das fontes, o Brasil tem potencial para ser referência mundial em neoindustrialização”, destacou.
No entanto, para o Rio Grande do Norte e o Brasil se tornarem essa potência mundial em integração energética, ainda existem muitos desafios. Paul Prates considerou imprescindível fundir a regulação em uma única agência, unificando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que, aliás, propôs quando era senador. Já Eduardo Cavalcante defendeu mais segurança jurídica para o investidor, e Ovídio Quintana propõe estímulo a demandas localizadas de energia.
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