PROGRAMA DE DEMISSÕES NO ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL ATINGE 2.400 FUNCIONÁRIOS
Se a estimativa era de cerca de 1.300 funcionários demitidos no Estaleiro Atlântico Sul após o cancelamento de um contrato com a Sete Brasil, a realidade foi bem pior. Um programa de demissões em massa foi iniciado pela empresa, com o objetivo de dispensar 2.400 pessoas. O contrato cancelado previa a construção de sete navios-sonda, mas a Sete Brasil vem passando por uma grave crise financeira, com o atraso de pagamentos a fornecedores e dificuldade de levantar novos recursos em bancos.
Esta demissão em massa representa uma redução de quase 50% no número de funcionários do Estaleiro Atlântico Sul, que deixará de ter 4.900 empregados, passando a ter 2.500. A estimativa na região do porto de Suape, localização do estaleiro, é que para um emprego direto, outros quatro indiretos são gerados, portanto, o número de afetados pelas demissões pode ser muito superior.
O rompimento unilateral do acordo ocorreu na última semana, e pode gerar prejuízos ainda maiores, já que os blocos para a montagem dos navios-sonda, com os respectivos equipamentos eletrônicos, estão prontos, a céu aberto, esperando o dinheiro para o final da montagem.
O estaleiro calcula ter gasto cerca de US$ 2 bilhões na obra, mas agora não sabe como recuperar este investimento, já que todo o equipamento pertence à Sete Brasil, que não tem recursos para pagar a finalização da montagem. Os funcionários remanescentes irão trabalhar na conclusão de navios encomendados pela Transpetro. Dos dez encomendados, quatro já foram entregues e outros três devem ser finalizados até dezembro deste ano.
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