PROPOSTA PARA SUBSTITUIÇÃO DE USINAS A CARVÃO POR PEQUENOS REATORES MODULARES LIDERA VOTAÇÃO FEITA PELO GOVERNO

O governo federal lançou recentemente uma plataforma para receber contribuições públicas na elaboração do Plano Clima – que reunirá estratégias nacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a adaptação aos impactos das mudanças climáticas. Até aqui, o setor nuclear tem sido destaque nessa consulta pública. A contribuição mais votada neste momento na plataforma propõe aproveitar a infraestrutura existente nas usinas a carvão mineral do Brasil para a implantação da tecnologia de Pequenos Reatores Modulares (SMR). A sugestão pode ser acessada e receber votos positivos neste link.

A proposta foi apresentada pelo consultor técnico da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Leonardo Paredes (foto). Segundo ele, além de gerar energia com menos emissões de carbono, o projeto otimiza o uso do solo e promove, de forma coerente e justa, a transição energética da cadeia carbonífera do Brasil. “A instalação de um reator modular, além de preservar os empregos existentes (diretos e indiretos), cria novos cargos ocupacionais com ganhos salariais substancialmente maiores, reaproveitando a mão de obra e a cadeia de suprimento oriundas do carvão”, justificou o especialista.

Diamante Energia realiza estudos para implantar SMR no Complexo Jorge Lacerda

A votação faz parte da consulta pública do Plano Clima. A primeira etapa, que ocorre entre 5 de junho e 5 de agosto, é dedicada ao recebimento de propostas da sociedade. As sugestões mais votadas serão publicadas e, posteriormente, analisadas para possível incorporação ao programa. Para participar, cada cidadão pode apresentar ideias, comentar e votar nas melhores propostas. É necessário ter uma conta gov.br.

O Plano Clima será o guia da política climática brasileira até 2035. A nova versão, a ser apresentada em 2025, definirá ações para que o Brasil reduza suas emissões de gases de efeito estufa e se adapte aos impactos das mudanças climáticas, que tendem a se intensificar nos próximos anos. Este instrumento está previsto na Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).

Conforme noticiamos em abril, a ideia de substituir térmicas a carvão por SMRs já tem sido debatida no país. A Amazul e a Diamante Energia assinaram um acordo que tem por objetivo estabelecer a intenção de realizarem, de forma conjunta e colaborativa, um pré-estudo de viabilidade da instalação de um SMR no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, na cidade de Capivari de Baixo (SC). O complexo é formado por quatro usinas a carvão e sete geradores, com potência total de 740 MW. Ao todo, a planta emprega cerca de 350 funcionários diretos.