QUEDA NO PREÇO DO PETRÓLEO GERA INCERTEZAS NA ECONOMIA VENEZUELANA

Nicolas-MaduroA recente queda de preço do barril de petróleo vem afetando profundamente a economia venezuelana. Alguns investidores começam a duvidar da capacidade do país de honrar suas dívidas, comprometendo com a situação financeira de diversos outros países emergentes, uma vez que, até meados deste ano, a grande maioria dos títulos de dívida da Venezuela estavam em mãos de nações em desenvolvimento.

Apostar em títulos da Venezuela era considerado um investimento seguro, dado o grande volume de petróleo exportado, gerando grande receita para o país. No entanto, a queda de quase 50% no valor negociado do barril de petróleo fizeram elevar o valor do swaps de risco de crédito (CDS, na sigla em inglês), taxa que mede a possibilidade do não pagamento da dívida soberana, para 61% no próximo ano e 90% nos próximos cinco.

O alto volume de petróleo explorado, no caso venezuelano, fez com que surgissem diversos investidores interessados em investir em economias emergentes. Outros países também são exemplo de nações emergentes que sofrem com a queda brusca de preço de suas commodities, como Rússia e África do Sul. Agora que as coisas não são mais tão simples na Venezuela, os investidores passam a preferir colocar seu dinheiro em mercados mais estáveis.

Na última semana, a Fithc Ratings, agência de classificação de risco de crédito, rebaixo a Venezuela de um já muito baixo B para CCC, citando a limitada capacidade da economia venezuelana de responder à acentuada queda dos preços do petróleo. O calote ainda não é iminente, podendo a Venezuela entrar em moratória, perdendo acesso aos mercados internacionais, que deixariam de financiar projetos para desenvolver seus depósitos de petróleo e gás.

Um calote venezuelano poderia abrir caminho para um confisco de ativos da PDVSA, estatal petroleira do país, incluindo refinarias nos Estados Unidos que operam por meio da subsidiária Citgo.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), no entanto, afirmou que não há possibilidade do país entrar em moratória, durante discurso transmitido pela televisão estatal. Maduro não tomou medidas drásticas para ajustar a economia, como reduzir o subsídio doméstico dos combustíveis, relaxamento de controle cambial, e fim das exportações baratas de petróleo para Cuba e outros países caribenhos.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of