QUEIROZ GALVÃO PRETENDE VENDER PARTICIPAÇÕES EM BLOCOS E BUSCA NOVOS PARCEIROS PARA LEILÕES FUTUROS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

lincoln-guardado-qgep-231-224x300A Queiroz Galvão Exploração e Produção tem uma posição consolidada no mercado de gás natural brasileiro, por conta da grande produção no campo de Manati, e nos últimos anos ampliou fortemente sua base de ativos focados no petróleo, com destaque para o campo de Atlanta, que deve iniciar a produção em 2017, e a área de Carcará, tida como uma das maiores descobertas mundiais dos últimos tempos. Ainda assim, o presidente da QGEP, Lincoln Guardado, que integra a série de entrevistas do Petronotícias com líderes de companhias de petróleo presentes no Brasil, acredita que há muitas novas oportunidades no horizonte, e revela que estão buscando parceiros para a participação nos leilões previstos para o ano que vem. Para isso, Guardado explica que pretendem vender participações em áreas que já fazem parte do portfólio da QGEP, em blocos nas bacias de Sergipe-Alagoas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas, e querem focar mais em ativos em águas profundas. “Podemos adiantar apenas que as áreas de fronteira não estarão no nosso radar. Queremos crescer em exploração e produção em águas profundas, porém decidimos, há quatro anos, não estar em áreas que tenham pequeno potencial de descoberta ou desafios de mercado”, conta.

Como avalia o momento do setor de petróleo brasileiro e as mudanças que estão sendo realizadas no País?

Avaliamos de forma muito positiva. As mudanças no aspecto regulatório (Conteúdo local e Repetro) e o anúncio dos novos leilões estão fazendo com que a indústria de óleo e gás volte a olhar para o País. As companhias que já têm presença no Brasil estão interessadas em ampliar sua atuação e há novas companhias que estão chegando, redescobrindo o potencial do pré-sal.

Como essas mudanças impactam o planejamento da empresa no Brasil?

Estamos olhando este movimento de maneira ampla e pretendemos aproveitar esta oportunidade para fazermos parcerias com outras companhias, por meio de farm outs, em alguns blocos nas bacias Sergipe-Alagoas e Pará-Maranhão e na Foz do Amazonas. Nosso objetivo é, além da redução ao risco, possíveis novas associações com companhias para bids futuros. 

Como avalia o fim da obrigatoriedade de operação única no pré-sal?

O fim da obrigatoriedade só fortalece a atividade no setor, pois promoverá, a curto prazo, a atração de novas empresas para o Brasil, que desejam ser operadores. A competição entre as companhias permite lances mais elevados nas licitações e resulta em um maior número de projetos sendo desenvolvidos, com o consequente aumento na arrecadação de tributos, na geração de empregos e de renda, fortalecendo, assim, também a indústria nacional de bens e serviços.

Quais os maiores interesses da empresa no mercado de óleo e gás brasileiro atualmente?

Queremos continuar crescendo e diversificando a base de ativos ao longo da costa brasileira, principalmente em águas profundas, sempre por meio de parcerias com outras companhias.

A companhia tem interesse em participar dos leilões de novas áreas previstos para 2017? Quais serão os focos?

Sim, mas seremos bastante seletivos. A partir da divulgação do edital, avaliaremos as oportunidades e o potencial financeiro da companhia no período para bidar. Podemos adiantar apenas que as áreas de fronteira não estarão no nosso radar. Queremos crescer em exploração e produção em águas profundas, porém decidimos, há quatro anos, não estar em áreas que tenham pequeno potencial de descoberta ou desafios de mercado. 

Como avalia as mudanças no setor de gás natural? Há novos planos sendo fomentados internamente na companhia em função deste processo?

Avaliamos como extremamente importantes, pois desde a Lei do Gás, de 2009, não aconteciam movimentos tão positivos para o desenvolvimento do gás natural no País, incentivando a exploração, a produção com possibilidades de grandes investimentos em toda a cadeia como o escoamento, transporte, distribuição e comercialização. Certamente estamos atentos a estes movimentos e participando ativamente como agente privado de exploração e produção.

Quais são os fatores mais atraentes do mercado de óleo e gás brasileiro e quais os maiores desafios dele para a empresa?

A experiência da QGEP como operador em águas profundas, as relações desenvolvidas através de parcerias com companhias globais de petróleo e a diversidade e qualidade de nossa carteira de ativos nos colocam em uma excelente posição para se beneficiar de uma recuperação da indústria de 2017. Os maiores desafios continuam sendo as grandes questões do setor, como a aprovação da extensão do Repetro, a manutenção de um calendário fixo de leilões, as mudanças no índice de Conteúdo local e o valor do preço do barril do petróleo no mercado internacional.   

Como vê a política de conteúdo local? Quais os erros e os acertos dela, a seu ver?

Um modelo excessivamente rígido não é benéfico para a indústria. O percentual de Conteúdo local deve evoluir junto com a conjuntura brasileira, mas a oferta local não está conseguindo acompanhar esse ritmo. Em 2007, os investimentos anuais em petróleo no País estavam em torno de US$ 6 bilhões por ano e hoje chegam a US$ 40 bilhões. Acreditamos que as operadoras devem ser incentivadas a participar no desenvolvimento da Indústria, porém sem serem penalizadas pela falta de capacidade ou competitividade de seus fornecedores.

Qual o planejamento da empresa no Brasil para os próximos anos?

Crescendo e diversificando a base de ativos ao longo da costa brasileira, principalmente em águas profundas, com a manutenção da produção do Campo de Manati e o início da produção de Atlanta, em 2017, além do desenvolvimento de três blocos e a exploração de mais 12 blocos. Todos já em nosso portfólio. Outro ponto de destaque será o desenvolvimento de Carcará, uma descoberta transformacional para a companhia e para o setor no Brasil.

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