RADIX DESENVOLVE NOVA TECNOLOGIA PARA GERENCIAMENTO E REDUÇÃO DE ACIDENTES EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –
O cenário é de redução de investimentos na indústria brasileira, mas o aprimoramento de tecnologias é um fator constante no planejamento das empresas do setor de óleo e gás, que a cada dia buscam novas formas de otimizar suas operações. Com foco nesse mercado, a Radix está lançando um novo sistema de alerta para aumentar a segurança e permitir o gerenciamento em tempo real de plataformas de petróleo, com aplicações em diversos outros setores. Adaptado da agroindústria e desenvolvido para evitar acidentes, o A!prox consiste em um grupo de sensores que permite a localização de funcionários e gera um mapeamento para controle das atividades dentro da planta industrial. De acordo com o diretor da unidade de Metais, Mineração e Agroindústria da Radix, Flávio Waltz, o produto rende muitas aplicações no segmento de óleo e gás, desde plataformas até refinarias, e já vem sendo negociado com grandes empresas dentro e fora do Brasil. As perspectivas são otimistas para a empresa, que criou uma unidade própria para atender às demandas pelo sistema e hoje busca obter certificações internacionais para expandir seu alcance no mercado. A expectativa de faturamento com o A!prox é de R$ 5 milhões ao longo deste ano, afirma Waltz, que enxerga no setor de óleo e gás a maior possibilidade de vendas com a nova tecnologia.
Como funciona o alerta de proximidade?
O A!prox surgiu como aplicação para segurança em plantações de cana, evitando acidentes ao avisar o motorista de equipamentos sobre a presença de pessoas no entorno. Ele é formado por um sensor com interface para indicar quantas pessoas estão próximas e emitir um bipe, que fica dentro da cabine. No caso de veículos muito grandes, colocamos outros sensores, que podem ficar, por exemplo, na traseira do caminhão. Nas pessoas, botamos o equipamento individual, que é o TAG, para emitir sinal. A aplicação serve para tudo, como tratores, guindastes e empilhadeiras.
Como a tecnologia pode ser aplicada a plataformas de petróleo?
Temos várias aplicações na plataforma de petróleo. Além de servir para equipamentos e guindastes, nós ampliamos o conceito do produto e ele também passou a funcionar como um sistema de localização de pessoas dentro da plataforma. Nós colocamos os sensores em paredes, pilastras, escadas de incêndio, e vamos mapeando a plataforma ou refinaria com check points, de forma que podemos saber onde está cada um à medida que as pessoas andam na plataforma. É um sistema preciso de posicionamento. Para isso funcionar, criamos o terceiro elemento, o A!prox Smart Server, que recebe as informações dos sensores e faz um mapa temporal da plataforma, mostrando as condições em determinado minuto.
O A!prox já está sendo aplicado em plataformas?
Nós estamos terminando a nossa certificação anti-explosão. Qualquer elemento colocado na plataforma precisa passar pela aprovação do Inmetro, das normas brasileiras e internacionais de segurança. Dependendo da potência do sinal, o produto pode precisar de encapsulamento, e estamos fazendo esse estudo para a aplicação. Mas está bem encaminhado.
A Radix já conseguiu certificações internacionais para o produto?
Isso está em andamento, e devemos ter resposta até março. Estamos buscando todas as associações que possamos conseguir.
A tecnologia já vem sendo negociada com empresas do setor de óleo e gás?
Nós já fizemos apresentações técnicas para algumas grandes empresas do setor, no Brasil e no exterior, e estamos estudando com elas as possíveis aplicações. Elas também analisam outras tecnologias, porque temos concorrência, principalmente fora do Brasil. Nós vamos fornecer pilotos para que as companhias avaliem.
O mercado de óleo e gás é hoje o maior foco do produto?
Nós estamos tratando o A!prox como uma nova unidade de negócios, quase um spin-off. Achamos que o produto pode ser negociado separadamente, então posicionamos um diretor e toda uma estrutura voltada para isso. Agora temos uma diretoria, que começou este mês, que lida com todas as frentes para venda da tecnologia. Nós achamos que o setor de óleo e gás, pelo tamanho do negócio, é o que dá maior possibilidade de crescimento.
Qual a perspectiva de faturamento com o A!prox este ano?
Neste primeiro ano, estamos imaginando algo em torno de R$ 5 milhões. O valor seria mais alto, mas estimamos nessa faixa devido aos efeitos da crise.
Há outras aplicações sendo avaliadas para a tecnologia?
Agora desenvolvemos uma aplicação para logística, que permite identificar caminhões através de muros. Temos um cliente que tem, até o momento, 100 caminhões dentro da fábrica, e ele precisa saber onde estão e há quanto tempo estão lá dentro. Nós colocamos os sensores nas paredes, mas os TAGs não vão nas pessoas; vão ser afixados nas portas ou no para-brisa dos caminhões conforme entram na fábrica. Ele então é identificado, e é possível monitorar a rota, saber se está no caminho certo ou se está parado.
Em que setores essa aplicação pode ser contratada?
Há muitas soluções possíveis para o A!prox. Isso pode ser usado para caminhões-tanque em refinarias, por exemplo. A expedição de combustível é uma aplicação que estamos discutindo.
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