RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA MENDES JÚNIOR PODE AGRAVAR SITUAÇÃO DA EMPRESA NO MERCADO DE ENGENHARIA

 O pedido de recuperação judicial feito pela Mendes Junior na segunda-feira (7) pode agravar ainda mais a situação da empresa no mercado nacional de engenharia. Envolvida nas investigações da Operação Lava Jato, a companhia fez o pedido ao juiz da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, Ronaldo Claret de Moraes, que vai avaliar se autoriza ou não a solicitação da empreiteira. Embora não haja prazo para o juiz apreciar e decidir o processo, ele não deve demorar muito para apresentar uma conclusão diante do grave cenário da empresa. Entre compromissos não pagos com fornecedores e causas trabalhistas, a construtora soma hoje uma dívida total de R$ 254 milhões.

O magistrado vai analisar os documentos entregues pelos advogados da companhia, relacionando seu endividamento. Caso verifique que a documentação está completa, pode dar o despacho que autoriza a recuperação da empresa. Diretores ligados à construtora foram denunciados a partir da 7ª fase da operação, deflagrada em novembro de 2014, que investigou irregularidades em contratos da Petrobrás com empreiteiras. Desde então, a empresa vem atrasando seus pagamentos e acumula uma dívida de R$ 230 milhões apenas com seus fornecedores.

Em novembro do ano passado, a Justiça Federal do Paraná, condenou os principais executivos da companhia, entre eles o ex-vice presidente da empreiteira, Sérgio Cunha Mendes (foto), condenado a 19 anos de prisão por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O processo teve por objeto contratos e aditivos da Mendes Júnior com a Petrobras na Refinaria de Paulínia (Replan), na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no Terminal Aquaviário Barra do Riacho, na Refinaria Gabriel Passos, e nos Terminais Aquaviários de Ilha Comprida e Ilha Redonda.