REESTRUTURAÇÃO DO GRUPO VALLOUREC PASSA POR FECHAMENTO DE USINA NO BRASIL

A crise da indústria de óleo e gás mundial tem efeitos diretos sobre a indústria siderúrgica e a Vallourec,uma das maiores empresas desse segmento, anunciou uma reorganização interna para atravessar o momento ruim. Entre as medidas estão cortes de 50% na sua capacidade de produção na Europa, um aumento de capital de € 1 bilhão e o fechamento de uma usina no Brasil.

O novo plano da companhia inclui mudanças em diversos países que atua, para elevar sua lucratividade, com fechamento de fábricas na França, Alemanha e Escócia. No Brasil, apesar do fechamento dos alto-fornos da siderúrgica Mannesmann, conhecida como “usina do Barreiro”, em Belo Horizonte, o país se tornará a principal base produção de tubos de aço da companhia no mundo.  A China também passará por um processo semelhante, com uma remodelagem da atuação da Vallourec no país, que pretende comprar as ações que ainda não possui na fabricante de tubos chinesa Tianda Oil Pipe, reduzindo ainda mais suas atividades na Europa.

O processo de reestruturação passa pela fusão da usina do Barreiro com a Vallourec &Sumitomo do Brasil (VSB), joint venture formada com a japonesa Sumitomo. A nova subsidiária foi rebatizada como Vallourec Soluções Tubulares do Brasil e será detida 85% pelo grupo francês, enquanto a Nippon Steel & Sumitomo Metals Corporation possuirá os 15% restantes.

Um corte de 450 pessoas também será necessário para readequar o quadro de funcionários a nova realidade da companhia. Em comunicado, a companhia afirmou que terá dois anos para minimizar os impactos sociais dessas medidas com várias ações.  No último ano, 1,1 mil trabalhadores já haviam sido demitidos pela Vallourec Soluções Tubulares por conta da crise no setor.

A indústria de óleo e gás é a principal compradora dos produtos da companhia francesa, responsável por cerca de dois terços da receita, mas o baixo valor do barril vem reduzindo cada vez mais as atividades do setor. No Brasil, uma outra crise também atinge a Vallourec, a econômica, ocasionando diminuições de demanda na indústria automotiva, outra grande cliente.

“Tenho consciência do impacto dessas medidas em nossos funcionários. Elas são necessárias se quisermos posicionar a Vallourec como uma companhia forte e sustentável, capaz de concorrer de forma bem-sucedida ao longo dos anos”, afirmou o CEO do grupo, Philippe Crouzet (foto).