RETIRADA DE CÂMERAS DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DAS INSTALAÇÕES NUCLEARES DO IRÃ ELEVA NÍVEL DE TENSÃO COM PAÍSES OCIDENTAIS

MLHAMADNão está muito simples e muito menos fácil para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) manter os acordos com o governo iraniano em relação ao enriquecimento de urânio em suas instalações nucleares. A cada momento, uma novidade – sempre em desfavor de manter a credibilidade do que foi estabelecido entra as autoridades do Irã e a direção geral da AIEA. As autoridades nucleares iranianas começaram desligando duas de câmeras de controle e vigilância que estavam em uma das unidades iranianas. Depois de desligadas, elas foram retiradas, sem qualquer aviso prévio. Esta falta de supervisão, este impedimento, é considerado uma espécie de confronto com os países ocidentais e os Estados Unidos. Em um comunicado a agência disse que “as duas câmaras foram além dos compromissos do Irã sob o acordo com a AIEA”, disse a Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI) em comunicado, sem especificar onde estavam localizadas. As câmeras foram um “gesto de boa vontade” que não foi “apreciado” pela AIEA, mas consideradas uma “obrigação“, acrescentou a organização.

O anúncio ocorre depois que os Estados Unidos e os três países europeus que fazem parte do acordo nuclear com o Irã (Reino Unido, França e Alemanha) apresentaram uma resolução à AIEA na qual repreendem Teerã por sua falta de cooperação. A resolução será analisada na reunião do Conselho de Governadores do órgão da ONU, que começou na segunda-feira e termina nesta sexta em Viena. A resolução impõe o Irã a cooperar com a AIEA e se concentra na questão dos restos de urânio enriquecido encontrados em três locais não declarados do país, segundo um relatório publicado em maio pelo órgão.

Mas, para Mohammad Eslami, chefe da OEAI,  “o Irã não tem atividades nucleares ocultas nem locais não declarados. Trata-se, por parte do Ocidente, de manter a pressão máxima”. As negociações para reativar o acordo nuclear de 2015 entre Teerã e as potências mundiais foram suspensas em março, quando pareciam estar prestes a alcançar um acordo. Este  acordo concederia um alívio das sanções ao Irã em troca de restrições ao seu programa nuclear para garantir que não possa desenvolver uma arma nuclear, mas Teerã nega.

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