RNEST PODE RECEBER INVESTIMENTO DE ATÉ R$ 8 BILHÕES E SE PREPARA PARA PRODUÇÃO DE DIESEL COM 100% DE CONTEÚDO RENOVÁVEL

Ainda bem que o Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin, não foi a cerimônia de hoje (18)  no RNEST, a refinaria símbolo da corrupção da Operação Lava Jato. Vai que ele se animasse e repetisse a sua famosa frase de campanha quando ainda estava no PSDB sobre a volta ao local do crime. O Presidente Lula, presente, dominou a cerimônia. Acusou o ex-presidente venezuelano Hugo Chaves  de não ter cumprido a palavra sobre o investimento na refinaria, ofendeu  o ex-presidente  Bolsonaro, tentou justificar o aumento exorbitante nos custos da refinaria, mas sobre o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, já falecido, que confessou todos os crimes cometidos ali e todos os envolvidos na roubalheira, nao disse nem uma palavra. De qualquer maneira, o investimento da Petrobrás na retomada das obras na Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, deve ficar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões. A previsão foi revelada  pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, durante evento que marcou o início das obras de ampliação da unidade. A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades políticas regionais e do governo federal.

Prates não quis revelar o valor exato de previsão de investimentos, alegando que a obra passará por licitação pública. A Refinaria Abreu e Lima (RNEST) iniciou suas operações em 2014 com o primeiro conjunto de unidades (Trem I). A expectativa de conclusão do Revamp (ampliação) do Trem 1 é para o primeiro trimestre de 2025. O projeto prevê ainda a a construção do Trem 2 da refinaria pernambucana, que tem data para finalização em 2028, quando ela passará a ter capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia. O início das obras do Trem 2 está previsto para o segundo semestre de 2024.

O Projeto RNEST prevê a construção da primeira unidade SNOX do refino brasileiro, que será responsável por transformar óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto para comercialização. As obras desta parte já estão em andamento e a unidade começa a operar em 2024. Prates também ressaltou a capacidade da refinaria na produção de diesel para o mercado brasileiro.

“Nós estamos não só aumentando o Trem 1, mas aumentando o Trem 2 também e vamos chegar, portanto, aos 260 mil barris por  dia de capacidade, com 70% de possibilidade de capacidade de conversão de diesel. Essa é a refinaria do diesel”, declarou. O presidente da companhia também falou sobre os planos para que a planta produza o chamado diesel R, com conteúdo renovável. “Esta refinaria vai começar a fazer diesel R5, R10, R15. Daqui a pouco, em 50 anos, essa refinaria vai estar aqui do mesmo jeito, com as mesmas máquinas maravilhosas que o ser humano concebeu para produzir R100, diesel de origem vegetal”, afirmou. Prates ainda projetou que RNEST conseguirá ser relevante após a transição energética para combustíveis sustentáveis. “Essa é uma refinaria que não acaba com o petróleo. O petróleo pode acabar, mas a RNEST não acaba”, disse.

Lula, em sua fala, expressou apoio ao caminho em direção à transição energética, enfatizando a competitividade do Brasil e defendendo que o país se tornará um significativo consumidor de combustíveis verdes. Ele também falou sobre a história da refinaria e criticou os impactos da operação Lava Jato na unidade e em sua própria vida.