ROCKWELL AUTOMATION DE OLHO EM FORNECIMENTO DE TECNOLOGIAS PARA AS NOVAS PLATAFORMAS DE BÚZIOS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A retomada de grandes projetos de exploração e produção no Brasil por parte da Petrobrás e de outras grandes petroleiras traz novas expectativas para empresas fornecedoras nacionais e internacionais. Empreendimentos de grandes proporções, como as novas plataformas para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, certamente abrem novos horizontes de negócios. De olho nessa janela de oportunidades, a americana Rockwell Automation é uma das companhias que está atenta às novas possibilidades de fechar contratos no setor de óleo e gás do Brasil. Hoje (11), conversaremos com o gerente de óleo e gás e química na América Latina da Rockwell, Andres Sammartino, que revela o interesse da companhia em participar dos fornecimentos de equipamentos para as novas plataformas que estão previstas para entrar em operação no país nos próximos anos. “Grandes projetos como os FPSOs P-78 e P-79 já foram premiados e, como Rockwell Automation, temos grandes expectativas de poder fornecer nossos sistemas de controle, sistemas instrumentados de segurança, equipamentos de energia e instrumentação”, revelou. Além disso, a Rockwell Automation e a Schlumberger possuem uma joint venture chamada Sensia, focada em prover soluções de automação digitalmente habilitadas e integradas. Segundo Sammartino, a Sensia já está ampliando sua presença no Brasil e a ideia é ampliar a participação da companhia no país no fornecimento de soluções digitais para controle e segurança na indústria de óleo e gás, com forte foco na produção e transporte.
Para começar nossa entrevista, seria interessante se pudesse falar sobre como a Rockwell Automation avalia o mercado brasileiro de óleo e gás. Quais são as principais oportunidades de negócios que vocês estão mapeando nessa indústria?
O potencial do Brasil em O&G é enorme, com reservas comprovadas que o tornam o país mais atraente para a produção offshore nos próximos anos. Por outro lado, o processo de privatizações que a Petrobrás está realizando abre oportunidades para os negócios mais tradicionais, tanto no upstream, no midstream e no downsrteam, com as novas operadoras privadas que estão entrando no mercado.
Como tem sido o volume de negócios da Rockwell Automation com a indústria de óleo e gás do Brasil até aqui? Quais são os principais fornecimentos atualmente?
A pandemia e o processo de desinvestimento da Petrobrás atrasaram alguns investimentos. No entanto, grandes projetos como os FPSOs P-78 e P-79 já foram premiados e, como Rockwell Automation, temos grandes expectativas de poder fornecer nossos sistemas de controle, sistemas instrumentados de segurança, equipamentos de energia e instrumentação através da Sensia, nosso parceiro estratégico para mercado de óleo e gás.
O pré-sal é uma região muito produtiva, mas ainda desafiadora para as operadoras nacionais e internacionais. Gostaria que nos falasse sobre as tecnologias já lançadas pela empresa que podem ser usadas nessa camada. E, se possível, revelar as novas soluções para o pré-sal que estão sendo preparadas pela empresa.
Efetivamente, o pré-sal é o presente e o futuro do desenvolvimento de O&G no Brasil. Para isso, a Rockwell Automation, em conjunto com a Sensia, desenvolveram um conjunto de soluções sob o conceito de produção flutuante (floating production) que, por meio das soluções citadas acima, busca atacar os principais desafios da produção offshore, tais como são os tempos de execução dos projetos, perdas de produção uma vez operacionais, disponibilidade dos equipamentos e segurança dos equipamentos, pessoas, meio ambiente e informações.
Se possível, poderia revelar um pouco dos planos e estratégias da Rockwell Automation para continuar crescendo no setor de óleo e gás brasileiro?
A Rockwell Automation e a Schlumberger formaram a Sensia para fornecer soluções específicas para a indústria de óleo e gás. No Brasil, estamos aumentando a presença da Sensia e lançando permanentemente novos módulos funcionais para a plataforma digital conhecida como Sensia’s Connected Production.
A digitalização é um tema que já estava evidência em óleo e gás e essa tendência ganhou ainda mais força depois da pandemia. Como a Rockwell Automation está preparando-se para esse aumento na demanda da indústria por soluções digitais?
A Rockwell Automation antecipou essa tendência global que foi intensificada pela pandemia. Exemplos dessa antecipação são a formação da Sensia para potencializar o conceito de Digital Oilfield Production, a parceria com a PTC e uma série de aquisições de empresas como Kalypso e Oylo, com capacidades muito específicas em questões de digitalização e cibersegurança.
Falando sobre a Sensia, como essa joint venture pretende posicionar-se no mercado brasileiro de óleo e gás ao longo dos próximos anos?
A Sensia já está trabalhando ativamente no Brasil em diversos projetos. A expectativa é que se torne líder no fornecimento de soluções digitais para controle e segurança na indústria de óleo e gás, com forte foco na produção e transporte.
Já falamos anteriormente de soluções para exploração e produção. Agora, seria interessante também falar sobre as oportunidades de negócios no Brasil que vocês estão enxergando em áreas como refino, tubulações e gás natural.
O negócio de refino está em transformação, com várias unidades da Petrobrás à venda. Isso aumentará o nível de competitividade e esperamos oportunidades de otimização neste segmento. Este setor também será afetado pelas energias renováveis, que estão em franco crescimento. O Brasil é líder na produção e consumo de etanol, mas a entrada de combustíveis alternativos como o hidrogênio verde certamente também terá um impacto de longo prazo no consumo de combustíveis tradicionais e no negócio de refino.
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