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RYSTAD VÊ QUE DECADÊNCIA DA BOLÍVIA NA PRODUÇÃO DE GÁS VAI EXIGIR REARRANJO DO MERCADO DA AMÉRICA LATINA

gasodutoCom os poços de gás secando na Bolívia, mas a produção de gás aparentemente interminável do depósito de xisto de Vaca Muerta, na Argentina, e novos reservatórios promissores em águas profundas identificados na costa do pré-sal e da Margem Equatorial do Brasil, a América do Sul provavelmente verá uma remodelação da dinâmica do mercado de gás nos próximos anos. Segundo uma nova análise da Rystad Energy, o Brasil, a Argentina e a Bolívia estão atualmente interligados por uma rede de gasodutos que ajudam a administrar os equilíbrios de oferta e demanda entre os três países. Os novos e promissores recursos de gás da Argentina e do Brasil poderão assistir a uma reformulação desta relação nos próximos anos. Contudo, o sucesso destes planos depende da construção de infraestruturas críticas de transporte de gás nos próximos anos, o que poderá ver a região inundada com gás ou sufocada por estrangulamentos.

A Rystad avalia que a produção de gás da Bolívia diminuirá, comprometendo as exportações para o Brasil e a Argentina. “Até 2032, acreditamos que a Bolívia se tornará um importador de gás, incapaz de satisfazer até mesmo a sua própria procura interna, exigindo importações de gás ou a destruição da procura. As empresas de transporte bolivianas não planejam investir na rede nos próximos anos e prevemos uma subutilização da infraestrutura, o que pode levá-las a procurar ligar-se à indústria de gás argentina. O principal desafio para os próximos anos será manter as operações nas partes da rede de transportes da Bolívia que deverão ficar ociosas”, analisou a consultoria.

Enquanto isso, a previsão da Rystad para o balanço de gás do Brasil mostra que o país deverá continuar importando gás, seja de um país vizinho como a Argentina, ou importando mais gás na forma de GNL. A operadora de rede NTS do Brasil já está planejando volumes adicionais dos campos do pré-sal e volumes decrescentes da Bolívia, mas ignorando por enquanto a possibilidade de importações da Argentina. A TBG não dá sinais claros de reverter sua malha de gasodutos ou reforçar interconexões para abastecer os gasodutos com gás do pré-sal, nem planeja receber gás argentino. Em vez disso, a empresa está a concentrar-se na resolução de estrangulamentos físicos para permitir o crescimento da procura na região Sul. A TAG está concentrando esforços para aumentar a capacidade de escoamento do Nordeste e deve realizar investimentos significativos em novos links para receber um potencial de 18 milhões de metros cúbicos de gás de Sergipe-Alagoas, que está atualmente planejado pela Petrobrás para começar em 2027.

Não estão previstas ligações em novas regiões do Brasil, como o interior, e nenhuma outra obra está sendo planejada ou realizada. Para os próximos anos, apesar do aumento dos volumes provenientes dos seus campos do pré-sal, o Brasil tem planos concretos para reforçar a sua infraestrutura de GNL para manter as suas opções em aberto”, acrescentou a Rystad.

Os planos da rede de gás da Argentina concentram-se na maximização do potencial dos recursos de gás de Neuquén, que são vistos como o futuro do abastecimento de gás do país, ajudando a compensar a redução da produção de gás convencional no sul. A intenção é minimizar as importações de GNL embora, de acordo com a nossa análise, depois de todos os investimentos planeados em infra-estruturas, a Argentina provavelmente continuará a importar GNL durante os períodos de pico do Inverno. A inversão do troço norte do gasoduto é um sinal claro de que o gás boliviano não será mais necessário. O campo Fénix, localizado na costa da Terra do Fogo, no sul da Argentina, utilizará a infraestrutura existente, sem novos investimentos de rede programados para esta região.

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