SANDVIK INAUGURA CENTRO DE SERVIÇOS NO RIO DE JANEIRO MIRANDO MERCADOS DA AMÉRICA DO SUL E COSTA DA ÁFRICA

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –

Leandro FinzettoA Sandvik está buscando aumentar a presença de seus equipamentos em duas grandes áreas: Exploração e Produção e Refinarias e Petroquímicas. A tática parece estar dando certo. Segundo o gerente de vendas da empresa nas Américas, Leandro Finzetto, a companhia espera aumentar seu faturamento em relação a 2014, indo na contramão do mercado de óleo e gás. A explicação está no Pré-Sal, área para qual a Sandvik conta com materiais específicos desenvolvidos e que são cada vez mais demandados pela indústria. O interesse é tanto, que um Centro de Serviços especializado foi aberto no Rio de Janeiro, com a vinda de um corpo técnico, de vendas e de produção. Além do mercado brasileiro, o centro tem como focos a América do Sul – Bolívia, Argentina, Equador e Venezuela – e a costa da África, onde novas fronteiras também estão sendo exploradas.

Quais os focos da Sandvik no mercado brasileiro de óleo e gás?

A empresa está focando esforços em promover seus equipamentos voltados para as áreas de exploração e produção, além do segmento de refinarias e petroquímicas. A decisão de direcionar forças nesse sentido foi tomada com base no Plano de Desenvolvimento da Petrobrás e porque o material que usamos e a tecnologia que desenvolvemos são voltados para o Pré-Sal. Com a abertura de novos projetos no Pré-Sal, maiores profundidades serão alcançadas, com uma pressão maior, tornando necessária a utilização de equipamentos como os que a Sandvik fornece. Nós estamos no limite tecnológico desenvolvido e qualificado pela Petrobrás para materiais no Pré-Sal.

Que linhas de produtos são destaque na Sandvik?

Nós temos os tubos de casing, voltados para a abertura de poços, que são para o Pré-Sal, por exemplo. Esse produto é feito com uma liga superduplex e foi desenvolvido em uma aliança da empresa com a Tenaris. Já está sendo utilizado, substituindo outros materiais que vinham sendo usados pela Petrobrás.  Outra parte importante são os tubos umbilicais, que é uma aposta nossa, já que a petroleira está no limite do que é possível utilizar em termos de tubos com mangueiras. A lâmina d’água entre a plataforma e o fundo do mar gera restrições tecnológicas. Quando se alcançar uma nova classe de pressão, a tendência é tornar mais difícil ainda a utilização desses equipamentos mais antigos. Por fim, temos os tubos de controle e injeção de químicos para poços. Além de ser fornecido diretamente para a Petrobrás, o equipamento também é usado pela estatal via prestadoras de serviços, como Halliburton, Baker Hughes e Schlumberger. São as linhas que controlam as válvulas de segurança e fazem injeção de químicos nos poços. Então estão optando por trocar mangueiras plásticas por tubos metálicos, e nessa área a Sandvik é uma referência mundial.

Todos esses equipamentos são produzidos no Brasil?

Dessas três linhas, somente a de tubos de controle e injeção de químicos é fabricada na nossa unidade de Itatiaia, no interior do Rio de Janeiro. O Grupo Sandvik tem outras plantas pelo país, uma para cada área de negócios da empresa no Brasil. Os produtos para o mercado de óleo e gás são de responsabilidade da Sandvik Materials Technology, que tem a unidade no Rio e que está se tornando um novo hub da empresa, com a vinda de corpo técnico, comercial e de produção para o país.

A crise afetou a atuação da Sandvik no Brasil?

Sim, mas todas as áreas de atuação da empresa são mercados cíclicos, como petróleo e gás, aço e mineração, por exemplo. Então nós já temos uma visão de não olhar apenas para o momento que se vive, mas traçar planos de curto, médio e longo prazo. Sabemos que existem momentos bons e outros ruins, mas acreditamos em uma retomada da indústria de óleo e gás. Não param de surgir operadoras interessadas em investir no Brasil, portanto é apenas uma questão de tempo para a retomada dos negócios. Nós continuamos investindo e acreditamos que dentro de dois a cinco anos, tempo do nosso plano de negócios, o mercado voltará ao normal.

Em quais projetos a Sandvik está envolvida no Brasil?

Todos os projetos em curso no Pré-Sal têm participação da Sandvik, além da área submarina da Petrobrás, onde nós atuamos diretamente como empresa de serviços ou com uma participação minoritária, com a utilização dos nossos equipamentos.

A empresa já sentiu uma diminuição no número de novos projetos?

Até o momento, não. Na realidade, o ano de 2015 foi um dos melhores da empresa na área de óleo gás, com expectativa de crescimento de faturamento.

Esta não é a expectativa dentro de grande parte do mercado. Como a Sandvik conseguiu esse crescimento?

É necessário pegar todo o ciclo de projetos. Muitos poços no país já tinham sido abertos e foram completados em 2015. Estão sendo abertos muitos outros poços e outros estão saindo de produção. Essa é a lógica dentro da área de Exploração e Produção, para que não se tenha queda nos números de produção. Se formos olhar a Petrobrás, por exemplo, a companhia so tem tido aumentos de produção, então somos chamados para projetos de abertura de novos poços e para a completação de outros.

 O mercado internacional também é atendido pela Sandvik Brasil?

Nós inauguramos nosso Centro de Serviços com a expectativa de atender toda a América do Sul, principalmente Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela. Outra fronteira interessante é a costa da África, que apresenta formação geológica bastante similar à do Brasil. Fizemos um investimento que vai além da demanda nacional, com uma capacidade fabril muito grande. Somado à isso, ainda temos a questão do câmbio, que torna interessante projetos fora do país. Estamos em uma fase de convite para clientes e potenciais clientes visitarem o centro, para fazerem uma auditoria formal e conhecerem o local.

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