SEADRILL DEVE FIRMAR PARCERIA E INJETAR US$ 1,2 BILHÃO NA SETE BRASIL
A chegada de novos aportes financeiros pode vir a alterar o cenário de uma das companhias mais atingidas pelo atual momento de recessão no setor de petróleo. O grupo norueguês Seadrill deve se tornar sócio da Sete Brasil, e injetará até US$ 1,2 bilhão na empresa brasileira. Atuante na perfuração de poços e operação de plataformas, a companhia petroleira deve auxiliar a Sete a aliviar seus endividamentos e a realizar a transição atualmente desejada na fornecedora, que gradativamente deve passar de uma empresa de ativos a uma operadora de sondas. A tendência é de que a empresa, afetada diretamente pela crise na Petrobrás, encolha seus empreendimentos em um plano de curto prazo.
Nesse novo processo de aproximação, o grupo norueguês assume o papel de acionista na companhia. A Seadrill já possuía contrato com a Sete para operar três das sete sondas que se encontram atualmente em construção em Aracruz (ES), tendo como parceira tecnológica a Jurong Shipyard, de Cingapura.
A Sete Brasil foi uma das diversas empresas fornecedoras atingidas em cheio pela crise na Petrobrás, em decorrência das investigações da Operação Lava-Jato. Sob os holofotes, a empresa foi denunciada por envolvimento em esquemas de fraude contratual; segundo o presidente da Sete, Luiz Eduardo Carneiro, as inspeções realizadas internamente não encontraram sinais de irregularidade. A companhia tinha na estatal sua principal e maior cliente: das 29 sondas que a Sete originalmente deveria construir, 28 seriam endereçadas à petroleira. Acumulando largos endividamentos, a empresa tem buscado se reestruturar e acertar as questões com seus credores. Os projetos devem diminuir: a fornecedora deve construir apenas 19 sondas, número bem menor que o inicialmente planejado. A expectativa é de que a Sete assine até o fim desta semana seu novo plano de negócios junto à Petrobrás. O estabelecimento do contrato poderá ser firmado agora, após a estatal ter divulgado seu próprio plano nos últimos dias.
A negociação da dívida da empresa teve seu prazo prorrogado recentemente, ao passo que a Sete vem tentando aprovar suas novas diretrizes para os próximos anos. Os bancos credores emprestaram, somando-se os valores, um total de aproximadamente US$ 3,6 bilhões à companhia em operações de curto prazo.
Os sócios da fornecedora têm buscado a atração de novos investidores para a implementação do plano de reestruturação. Os atuais acionista já injetaram R$ 8,7 bilhões na companhia, para auxiliar seu processo de recuperação financeira.
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