SEBRAE BUSCA INSERIR MICRO E PEQUENOS FORNECEDORES NO SETOR DE TECNOLOGIAS SUBMARINAS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Antonio Batista, coordenador de óleo e gás do SebraeO Sebrae-RJ está se alinhando ao projeto do governo do Rio para fortalecer o estado como um polo subsea, e prepara ações para ajudar micro e pequenas empresas a se inserirem na cadeia de fornecedores. O coordenador de óleo e gás do Sebrae, Antonio Batista, contou que estão mapeando as necessidades tecnológicas das companhias, para auxiliar o mercado a se integrar de forma mais aprofundada. Entre as maiores carências encontradas estão sistemas de controle subsea, ferramentas e equipamentos para ROVs, além de ferramentas e acessórios para árvores de natal e manifolds. Um dos apoios que o Sebrae tem dado às empresas é relativo à certificação de conteúdo local, assim como tem organizado encontros de grandes empresas com interessados em fornecer bens e serviços para elas. O primeiro evento local será no dia 18, mas as missões internacionais também continuam andando. A próxima, em agosto, levará empresários para a feira ONS, em Stavanger, na Noruega, e está com inscrições abertas até sexta-feira (11).

Como será o projeto do Sebrae para desenvolver fornecedores do segmento subsea?

O governo do estado está liderando uma ação para estruturar o cluster subsea do Rio, através secretaria de desenvolvimento. O Sebrae é uma das instituições que participam deste grupo de trabalho e a nossa parte será focada nas micro e pequenas empresas, que possuem produtos e serviços relevantes ou que agregam valor para as empresas maiores. Já temos uma experiência no setor de petróleo, conhecemos uma série de empresas que possuem produtos alinhados com as necessidades do segmento ou que precisam de alguns ajustes. Vários instrumentos e soluções foram desenvolvidos para atender a necessidade dessas pequenas empresas.

Como o quê?

Como, por exemplo, um apoio à certificação de conteúdo local. Vamos preparar as empresas e apoiá-las para isso. Elas têm que ter uma organização de documentos e procedimentos para que o certificador possa identificar rastreabilidade e comprovação dos recursos fabricados no Brasil e no exterior, para mensurar de forma correta o conteúdo local.

Quais serão os perfis de empresas buscados?

Empresas de inspeção submarina, de componentes para grandes equipamentos, e muitas de manutenção. Hoje temos cerca de 70 empresas catalogadas no Rio de Janeiro, a partir de um trabalho conjunto que fizemos com a Onip.

Quais são as maiores carências identificadas neste segmento do mercado brasileiro?

A partir de uma série de benchmarks que fizemos no exterior, visitando clusters em Aberdeen, no Reino Unido, em Bergen, na Noruega, entre outros lugares, vimos que nossas maiores carências são relativas a sistemas de controle subsea, ferramentas e equipamentos para ROVs, ferramentas e acessórios para árvores de natal e manifolds. Esses são os principais. São os maiores desafios.

Como está sendo realizado o plano para superá-los?

Firmamos uma parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) com a finalidade de buscar recursos para que possamos fazer o trabalho nas empresas. Esse trabalho começa com uma série de ações. Ele tem foco em levantar algumas necessidades tecnológicas das empresas. Estamos fazendo isso no momento. Tem a necessidade de aproximar empresas do mercado, e agora vamos começar a fazer workshops com grandes empresas subseas. O primeiro será no dia 18 de julho. E também tem uma ação para promover tecnologia do exterior no Brasil.

De que maneira?

Temos apoiado a participação de empresas em feiras no exterior. Levamos uma missão com 23 empresas à OTC e no momento estão abertas as inscrições para a missão à Stavanger, na Noruega, que será em agosto. Até o dia 11 de julho as fornecedoras do Rio de Janeiro podem se inscrever. Temos um pacote especial, com passagem aérea, hospedagem e todo o suporte para que elas possam identificar tecnologias que podem ser aplicadas no Brasil. O pacote custa em torno de R$ 18 mil com todos os serviços e o empresário vai pagar cerca de R$ 11 mil, parcelado em até 10 vezes. É subsidiado.

Como o Sebrae pode ajudar essas empresas a se qualificarem?

Temos uma ação proativa do Sebrae para buscar essas empresas, mas elas também podem nos procurar. Até aquelas que já atuam neste segmento ou que pretendem migrar, se tiverem interesse, podem falar conosco, que nós daremos toda atenção. A gente visita a empresa e faz um levantamento gratuito dela, para identificar as principais necessidades em relação a gestão, tecnologia, mercado, além do cadastramento, e montamos um plano de ação específico para  ela.

Muitas empresas têm buscado se qualificar para atender ao setor subsea nacional?

Muitas. Percebemos que as empresas compreenderam que o subsea é uma trajetória de futuro dentro do setor de petróleo, em função do pré-sal. As oportunidades vão ser ainda mais significativas, e o Rio de Janeiro é o habitat natural do subsea. A Ilha do Fundão inclui as principais empresas mundiais do setor, além do Cenpes e diversas outras instituições, como Coppe, INT, PUC-Rio, UFF, e vários outros.

De que forma as empresas podem se aprimorar e quais são os maiores desafios para os que querem fornecer ao segmento?

O maior desafio é qualificação. Esse setor é altamente exigente, então essas empresas precisam buscar apoio de qualificação, seja em relação aos profissionais, que podem ser apoiados pelo Senai, seja em termos tecnológicos, para o que temos essas instituições que mencionei anteriormente, assim como a participação em fóruns e eventos promovidos pelo Sebrae. Além da qualificação, esses eventos promovem o network, que é fundamental para conhecer o setor e se tornar conhecido.

Quais foram os resultados das missões internacionais realizadas pelo Sebrae este ano?

Temos dificuldade na divulgação porque as empresas assinam contratos de confidencialidade, mas atualmente temos duas parcerias, sendo um empreendimento entre uma empresa americana e uma do Rio, e outra de transferência de tecnologia. O empreendimento será a instalação de uma fábrica para a produção de equipamentos de suporte ao setor de petróleo, e a transferência de tecnologia é de inteligência, que será usada para fazer levantamento e tratamento de dados com mais acurácia para o desenvolvimento de relatórios específicos para o setor.

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