SEBRAE-RJ E ABDI FECHAM PARCERIA PARA CAPACITAR FORNECEDORES NO SETOR DE ÓLEO E GÁS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

O Sebrae-RJ e a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) assinaram um convênio para capacitarem em conjunto até 60 empresas no setor de petróleo e gás. O objetivo da parceria será expandir a cadeia de fornecedores na área subsea do Rio de Janeiro, onde o governo estadual pretende criar um cluster de tecnologias submarinas. O diretor-superintendente do Sebrae-RJ, Cezar Vasquez, explicou que o foco do projeto é aumentar a capacidade tecnológica do setor no Rio, contando inclusive com a busca por parcerias com empresas estrangeiras e a transferência de tecnologia.

Como surgiu o convênio?

A Secretaria de Desenvolvimento do Rio de Janeiro definiu uma estratégia para estruturar um cluster subsea no estado. O Sebrae foi convidado a fazer parte, e uma das nossas atividades, que é exatamente o objeto do convênio, é desenvolver tecnologias de produtos e processos em pequenas empresas para que se tornem fornecedoras do setor de petróleo. Queremos dar suporte ao cluster, qualificando as pequenas empresas pelo viés tecnológico.

O que prevê o acordo?

Vamos trabalhar com cerca de 60 empresas e atuar com elas para que absorvam tecnologias ou então façam parcerias com empresas estrangeiras, visando à transferência tecnológica. Tudo para que possam ter produtos do nível tecnológico exigido pela área subsea.

Como será o apoio dado às empresas?

Terá desde capacitação até a prospecção de tecnologia em feiras internacionais de petróleo e gás. Também vamos dar o suporte empresarial, para que elas possam de fato implantar a tecnologia aqui. Além disso, podemos fazer estudos de viabilidade técnico-econômico, assim como ajudá-las a buscar parceiros de laboratório, caso precisem fazer testes e ensaios.

Como será a seleção das empresas?

Já temos um histórico no setor de petróleo, então temos um banco de clientes com muitas empresas com potencial para participar deste programa. No primeiro momento, vamos analisar esse banco de dados, e depois vamos buscar junto aos parceiros, como a ONIP e a Firjan, identificar empresas com esse perfil.

Qual é o perfil desejado?

Empresas que já estão em um estágio maduro, com alguma vivência no setor e que precisem apenas desse apoio para ampliar as competências. Tem alguns requisitos de perfil, que envolvem produtos ou serviços alinhados a demandas do segmento subsea. O ideal é que sejam pequenas, estejam no Rio de Janeiro, e apresentem potencial para desenvolvimento tecnológico. O convênio foi assinado agora em agosto e prevê dois anos de desenvolvimento. Estamos iniciando esse projeto agora.

Na visão do Sebrae, quais são as maiores carências e maiores dificuldades das empresas no setor de óleo e gás no Rio de Janeiro?

As grandes enfrentam sempre a carência de fornecedores, porque os investimentos são muito grandes. Para as pequenas, faltam organização, estruturação e padrão de qualidade para a demanda da indústria de petróleo. A grande dificuldade é o investimento em termos de adequação para poder participar da cadeia, porque as exigências são elevadas.

Como o Sebrae pode ajudar pequenos empresários interessados em fornecer ao setor de óleo e gás?

De várias formas. Desde projetos como a Rede Petro, até a organização de eventos, rodadas de negócios, principalmente gerando informação sobre as oportunidades e oferecer soluções na área de gestão, qualificação em termos financeiros, segurança na área de trabalho, além de consultoria tecnológica.

Como as empresas poderiam conciliar o baixo orçamento para investimentos e as grandes exigências do setor?

Em parte, para isso serve o Sebrae. Não para investimentos, mas para fazer projetos temos como subsidiar fortemente a parte de inteligência. Temos um programa chamado Sebraetec, em que entramos com 80% de subsídio e o empresário paga 20%. Investimentos em equipamentos ou mudanças de processo não cabem no programa, mas temos um amplo espectro, desde desenvolvimento de marcas até projetos de eficiência energética e de viabilidade econômica.

Quais são as sugestões do Sebrae para esses executivos e quais são os maiores desafios a quem vem de outros segmentos?

Eles têm que estar atentos para os eventos que acontecem no setor. Procurar o Sebrae é uma opção. Ainda estamos contratando um produto de inteligência competitiva setorial, que vai permitir que um empresário qualquer assine e tenha informações permanentes sobre o segmento.

Como deve funcionar esse produto?

É um sistema composto por uma alimentação contínua de informações, com uma base de dados vasta sobre o setor, além de consultorias específicas para determinados projetos. Seria a partir de um pagamento mensal, e, se a empresa precisar de um estudo específico, haverá um preço especial para aquele estudo. Já temos um modelo disso funcionando em Santa Catarina, mas não é para óleo e gás. Aqui no Rio petróleo e gás é uma das prioridades.

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