SETE BRASIL PREVÊ ENTREGAR PRIMEIRA SONDA EM JUNHO DE 2015
Por Daniel Fraiha / Petronotícias
A Sete Brasil nasceu em 2010, mas já conta com uma carteira de encomendas invejável: 29 sondas para a Petrobrás utilizar na exploração do pré-sal. A empresa, que tem a estatal como uma de suas acionistas, apesar de não ter completado ainda três anos, já conseguiu boa parte dos financiamentos necessários e contratou cinco estaleiros no Brasil para a montagem das unidades. O presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, contou que o andamento está dentro dos prazos previstos, com as primeiras chapas de aço já em fase de corte nos estaleiros Jurong Aracruz e Brasfels. Segundo Ferraz, as entregas devem começar em junho de 2015 e terminar em 2020.
Há contratos para quantas sondas no portfólio da Sete Brasil atualmente? Como está o andamento dos contratos da empresa?
A Sete Brasil tem sob contrato a construção de 29 sondas, do tipo semissubmersíveis e navios-sonda, em cinco estaleiros localizados no Brasil. Os equipamentos para exploração em águas ultra profundas serão afretados pela Petrobrás para a exploração do pré-sal. O andamento está dentro dos prazos previstos e a primeira sonda deverá ser entregue em junho de 2015.
Quais sondas do portfólio da Sete Brasil já começaram a ser construídas? Onde cada uma está sendo montada? Quais são os prazos de entrega?
Todas as sondas contratadas pela Sete Brasil iniciaram os seus respectivos processos de construção. Este processo se inicia primeiro pelo detalhamento de projeto e colocação de compra dos principais componentes (chapas de aço, drilling package, geração de energia, etc). Em todos os casos os principais componentes já tiveram suas compras colocadas e o projeto de detalhamento está bem avançado. No caso específico dos estaleiros EJA (Jurong Aracruz) e Brasfels, as primeiras chapas de aço já começaram a ser cortadas para construção e montagem das primeiras estruturas que formarão os cascos das sondas. O primeiro equipamento será entregue à Petrobrás em 2015 e o último em 2020.
A empresa pode vir a ter novos sócios? Há alguma negociação em andamento para isso?
A companhia, desde a sua criação, tem sido procurada por empresas, fundos e pessoas interessadas em se tornar acionistas da Sete Brasil. Atualmente, a empresa possui dois acionistas: a Petrobrás (5%) e o FIP Sondas (95%), sendo que este último tem como cotistas Petros, Funcef, Previ, Valia, BTG Pactual, Santander, Bradesco, LuceDrilling e EIG Global Energy Partners, além da própria Petrobrás.
Como é a divisão das fontes de financiamento para a construção das sondas? Quanto a empresa já recebeu de financiamento, de quais bancos e para quais sondas?
São 50% do BNDES, 25% de equity próprio da Sete Brasil e 25% de fontes privadas, como bancos comerciais do Brasil e do exterior, mercado de capitais, empréstimos-ponte e ainda financiamentos do tipo “Buyer’s Credit” a serem contratados junto a agências de crédito à exportação dos países onde se localizam os principais fornecedores.
O financiamento do BNDES foi para quais contratos? O banco deve conceder novas linhas de crédito?
As 21 primeiras sondas a serem construídas já contam com a aprovação (enquadramento) do BNDES. As demais estão em processo de obtenção do enquadramento. No entanto, como estas serão as últimas a serem construídas, a demanda para fechamento de suas estruturas de financiamento somente necessita ser concluída bem mais adiante.
A empresa tem algum outro cliente além da Petrobrás? Planeja buscar outros clientes? Como e onde?
O cliente da Sete Brasil é a Petrobrás. Por questões estratégicas, a companhia não divulga tais informações.
Há planos para atuar fora do Brasil? Quais?
A companhia está atenta a oportunidades no setor.
Tem alguma negociação em andamento?
A companhia não comenta processos em andamento.
Como vê a indústria naval brasileira atualmente? E como vê o futuro dela?
A Sete Brasil vê que o cenário atual e futuro da indústria naval no Brasil é extremamente promissor. Novos e modernos estaleiros estão em fase de construção, fornecedores tradicionais já decidiram se instalar no Brasil e subfornecedores estão se preparando para atender o crescimento da demanda. Considerando a complexidade e a abrangência estrutural das indústrias navais mais eficientes no mundo, somente uma elevada escala de produção poderá colocar a nossa indústria em nível de competição com as indústrias mais avançadas. Nesse sentido, a instalação de novos players associada a políticas de conteúdo local pode gerar a demanda necessária para a criação de uma escala de evolução competitiva.
Quais são as expectativas da Sete Brasil para 2013?
No cenário macroeconômico, inflação baixa e bem controlada, principalmente em função de menor pressão sobre as commodities. Ainda deverá perceber-se certa facilidade para crédito a preços e condições bastante atraentes, principalmente para projetos de qualidade. Preços internacionais do petróleo estáveis, bem como em relação às taxas diárias internacionais para sondas de perfuração, que poderão recuar um pouco para níveis ligeiramente abaixo dos preços atuais (acima de US$ 600 mil/d).
Para nossa empresa, as expectativas são de consolidação dos processos de construção e fechamento de todos os financiamentos de longo prazo necessários. Até o final de 2013 todos os estaleiros contratados já deverão ter iniciado a construção física das suas primeiras sondas.
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