SETOR NUCLEAR SE MOBILIZA CONTRA A DECISÃO DO IBAMA DE ADIAR AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PROJETO SANTA QUITÉRIA
A decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) de adiar uma audiência pública sobre a exploração de urânio em Santa Quitéria (CE) traz novos desdobramentos. Desta vez, quem se manifestou contra a medida foi a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN). Para lembrar, o Ibama resolveu adiar a audiência alegando a proximidade com “o período de férias escolares e as festas de fim de ano”. O evento estava marcado para o mês de dezembro, mas agora só deve ser realizado em fevereiro de 2025. Já durante o final de semana, o adiamento da audiência gerou fortes críticas do presidente da Frente Parlamentar Nuclear, deputado Júlio Lopes, ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Em nota, a ABDAN repudiou o adiamento e expressou “profunda indignação” com a decisão do órgão ambiental. Para a entidade, a medida representa “um retrocesso inaceitável” para o desenvolvimento nacional, ao bloquear “um projeto de alta relevância para o agronegócio e a segurança energética do Brasil”. A associação afirma também que as justificativas do Ibama “baseada em períodos de férias escolares e festas de fim de ano, desconsidera a urgência e a importância desse empreendimento para a economia e para a sustentabilidade da nossa matriz energética”.
A ABDAN lembra que o Projeto Santa Quitéria possui um potencial transformador para o país, com capacidade de gerar uma produção significativa de fertilizantes essenciais ao agronegócio brasileiro, além de 2,4 milhões de toneladas de urânio por ano. Esse material é essencial para garantir a segurança energética do Brasil e contribuir para a descarbonização da matriz energética.
Por fim, a associação solicitou que o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente revisem essa decisão, respeitando o interesse nacional e promovendo um ambiente mais ágil para o desenvolvimento de projetos essenciais. “A ABDAN defende que o papel das autoridades ambientais deve ser o de viabilizar o desenvolvimento sustentável, equilibrando proteção ambiental e progresso econômico. Atrasos como este comprometem o crescimento de uma indústria estratégica e colocam o Brasil em desvantagem frente a outras nações que investem na energia nuclear como solução para um futuro mais limpo e seguro”, finalizou.
Na mesma linha da ABDAN, a Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) também emitiu um comunicado criticando o adiamento da audiência. O texto lembra que o projeto de Santa Quitéria é fruto de parceria firmada no longínquo ano de 2009 entre a Galvani Fertilizantes e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e prevê um complexo destinado à atividade de extração e ao beneficiamento de fosfato, além de urânio como subproduto associado.
O comunicado da ABEN aponta que o fosfato e o urânio são minerais estratégicos para a economia brasileira, especialmente para o desenvolvimento do agronegócio e do setor de geração de energia. Em Santa Quitéria, serão produzidas, por ano, mais de 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, fundamentais para a nutrição de plantas; 220 mil toneladas de fosfato bicálcico, importantes para a suplementação animal; e 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio, essenciais para a geração de energia nuclear, a qual é limpa, firme, segura e de base, com altíssimo fator de capacidade. Essa produção de urânio é suficiente para abastecer as usinas de Angra 1 e 2 e a futura Angra 3 e ainda sobrar cerca de 1,5 mil toneladas para serem exportadas, gerando riqueza para o País.
“Com essa atitude tomada pelo Ibama, órgão responsável pelo licenciamento ambiental (…) não causa espanto que o projeto ainda não tenha saído do papel, passados 15 anos”, afirma a ABEN. “Infelizmente, trata-se de um fiel retrato da burocracia e, neste caso, desrespeito com os avanços do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), da indústria nuclear brasileira e do agronegócio. Mais do que isso: é um acinte com as seguranças energética e alimentar de um País ávido por desenvolvimento em benefício de sua população”, acrescentou. O comunicado na íntegra pode ser lido no site da ABEN.
🐊rau rau rau assim como a margem equatorial M.Quiteria já tem dono e guardião.
A exploração de petróleo precisa ser barrada mesmo. Mas não existe solução climática sem investimento na energia nuclear. O problema é acreditar em um texto tendencioso de quem acredita em desenvolvimento a qualquer custo, sobre uma questão complexa demais para análise tão simplória.
É, petróleo tem que barrar mesmo, mas tem de haver uma compensação, que só a energia nuclear é capaz de prover. A expansão dessa fonte precisa ser diretriz da política nacional, para substituir as hidrelétricas e térmicas como principal matriz brasileira.
Diante de uma tecnologia limpa como a solar e eolica, penso que a energia nuclear ja deveria estar sendo desestimulada devido seus riscos e alto custo.
Sim. Só precisamos rezar para que nunca pare de ventar de noite!
Todos os contribuintes que pagam com impostos os salários destes destes dois Macunaímas tem férias de 30 dias. Será que a Marina e seu assecla acham-se no direito de férias maiores? É uma desfaçatez, um escárnio com as pessoas que trabalham duro na agricultura e no setor energético brasileiro. Estes dois senhores representam o que há de pior no funcionalismo.
Quem diz que energia nuclear é limpa no minimo não sabe nem como é o processo. Ou é papagaio que só repete palavras.
Eu poderia concordar com tudo o que você disse, mas aí seríamos dois falando merda.
Se considerarmos todo o ciclo de vida da geração de energia, incluindo mineração, construção, operação, desmantelamento e gestão de resíduos, a nuclear é a fonte de energia mais limpa e sustentável disponível. A indústria nuclear detém todo expertise de como gerenciar seus resíduos. E, há muito tempo os resíduos de alta atividade e os de longa duração não são reais problemas. A indústria já desenvolveu as tecnologias necessárias e implementou a maioria delas. Já é de conhecimento como eliminar os resíduos, mas é preciso defender a solução a ser implementada. Além do mais, a indústria nuclear é a única dentro… Read more »
Esquece, com esse governo, daqui para frente e só para trás.