GENERAL SILVA E LUNA DIZ QUE NÃO FICOU MAGOADO COM A SUA DEMISSÃO, MAS SUA ENTREVISTA É CARREGADA DE RESSENTIMENTOS

silvaSempre bem discreto nas tradicionais coletivas de imprensa da Petrobrás, dando apenas declarações mais curtas e pontuais, o general Joaquim Silva e Luna resolveu colocar para fora seus sentimentos e pensamentos, agora que já está mais do que sacramentada a sua saída da presidência da estatal. O militar concedeu diversas entrevistas para alguns veículos de imprensa do país, coisa que não tinha acontecido até então desde que assumiu a empresa. No discurso, diz que não carrega mágoas. Mas as falas de Silva e Luna são carregadas de ressentimento com a forma que sua demissão foi conduzida. As declarações de maior relevância do general foram dadas em uma entrevista à revista “Veja”, na qual Silva e Luna chega a afirmar que sofreu pressões do presidente Jair Bolsonaro por conta dos preços dos combustíveis e também por troca de diretores.

Na entrevista à revista, Silva e Luna diz que as pressões sempre foram crescentes, mas que nunca foram absorvidas. Apesar de pressões e indicações, o presidente da Petrobrás afirmou que nunca se sentiu incomodado. Seguindo o jargão de que “militares não fogem da guerra”, Silva e Luna afirmou durante a entrevista que não abandonaria o campo de batalha e que já esperava o desfecho dessa história, com sua saída da empresa. O que o magoou, no entanto, segundo ele, foi a forma que sua demissão aconteceu. “Poderia ter sido de forma mais respeitosa”, confessou Silva e Luna.

Ainda assim, o general declarou que não se sente traído por Bolsonaro. Alega que sua relação com o chefe do Executivo sempre foi respeitosa. E completa dizendo que por não poder alterar preços, não aceitar interferência dentro da empresa, não aceitar trocar diretores, o desfecho da história foi sua demissão. “Não vendo minha alma a ninguém, não coloco meus valores em xeque”, disse em outro trecho da entrevista.

size_960_16_9_petrobras397Ao jornal “O Globo”, o presidente da Petrobrás disse que a empresa foi escolhida como culpada pelos altos preços dos combustíveis no país. Ele voltou a repetir o argumento de que a companhia só responde por um terço do valor dos derivados. Silva e Luna declarou também que em outros países a solução para lidar com a atual alta dos combustíveis tem sido a criação de subsídios.

O general também se mostrou preocupado com os possíveis efeitos de sua demissão à imagem das Forças Armadas. “Eu confesso que fiquei apreensivo com isso”, confidenciou. Além disso, demonstrou aborrecimento com as possíveis consequências de sua saída da Petrobrás para sua biografia. “Isso foi a única coisa que me incomodou, porque considero isso um bem sagrado meu”, completou.

Por fim, ao ser questionado sobre uma possível privatização da Petrobrás, Silva e Luna respondeu que esse processo poderia trazer muito valor à companhia. Isso porque, ao seu ver, acabaria com o risco de interferências políticas na empresa. Já no “Estadão”, Silva e Luna afirmou que o cenário de trocas no comando da Petrobrás atrapalha a estratégia de longo prazo e a visão do investidor. Além disso, ele vê que essas mudanças constantes na empresa geram instabilidades.

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Stefano Sacchi
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Stefano Sacchi

“pressões do presidente Jair Bolsonaro por conta dos preços dos combustíveis e também por troca de diretores.”
Trocar diretores por que?
Em que exatamente esse governo seria liberal?