SITUAÇÃO DA VENEZUELA É CADA VEZ PIOR. FALTA ENERGIA, GASOLINA E GÁS. POPULAÇÃO USA LENHA PARA COZINHAR O QUE ENCONTRA

A situação da Venezuela mandada pelo ditador Nicolás Maduro vai de mal a pior. Recentemente, publicamos aqui uma reportagem mostrando que a arrecadação das vendas do petróleo havia caído 90%. As plantas estão sendo canibalizadas e a força do petróleo está quase a zero. Falta tudo. As filas nos postos de gasolina demoram dias, a espera de navios, cada vez mais raros, vindo do Irã trazendo os poucos alimentos, nafta para misturar no óleo bruto que ainda consegue ser retirado e levado para a refinaria  que está operando a duras penas. Agora, não há gás nem para ser usado para cozinhar a pouca alimentação que a população ainda encontra, sabe-se lá como. A insensibilidade do ditador, apoiado por militares corruptos, é estarrecedora.

Os venezuelanos estão usando lenha para cozinhar o que encontram. Falta energia em muitas horas do dia. No mercado ilegal, o valor de um botijão de gás varia entre US$ 8 e US$ 15. Se comparado com os 800 mil bolívares do salário mínimo venezuelano, equivalente a cerca de US$ 1,40, o preço é exorbitante. E não há botijões de gás para vender.  De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a Venezuela é o oitavo país do mundo em reservas de gás liquefeito de petróleo (GLP). No entanto, os problemas na distribuição de gás doméstico deixaram a população sem alternativa, a não ser recorrer à queima da madeira. Essa prática é observada no interior do país há vários meses, tornou-se uma realidade também na capital, Caracas. Em busca de madeira para cozinhar, sequer os parques nacionais são poupados.

Cerca de 84% do consumo de gás doméstico em toda a Venezuela era feito por meio de botijões, e apenas 7% da população recebe gás diretamente em suas residências. A estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) produzia mais gás doméstico do que a população podia consumir. As  falhas, tanto nos sistemas de extração, engarrafamento e de distribuição,  agravaram os problemas. A escassez de bujões transformou o quintal das casas ou o pátio dos edifícios em cozinhas abertas. É nesses espaços que as pessoas preparam à moda antiga os alimentos e tentam evitar os danos à saúde causados pela fumaça.

A Venezuela fabricava diariamente 160 mil barris de gás metano na época em que a estatal produzia 3 milhões de barris de petróleo. A crise econômica e a gestão caótica do ditador Maduro, além das sanções internacionais americanas, fazem com que o país tenha, atualmente, uma única fábrica produtora de GLP e ainda por cima sucateada. Apesar da demanda interna do produto, não há como armazenar e despachar o gás extraído.

O país beira o risco de ficar sem gás para consumo doméstico. A frota que transporta o gás, seja ele em estado bruto ou já engarrafado, está parada por falta de manutenção ou falta de peças básicas para os veículos. Atualmente, apenas um barco faz o transporte marítimo do gás. Máfias comandadas por militares, segundo as denúncias,  controlam o acesso ao produto.  Em todo o país há um déficit de 12 milhões de bujões de gás. Apenas três milhões de unidades estão em condições de serem operados. Há roubos até de bujões.  Caso o  cilindro desapareça, conseguir outro botijão é bastante complicado. O preço tabelado por unidade varia entre US$ 0,14 e US$ 0,46, de acordo com a quantidade do produto. No entanto, esse valor é apenas teórico. Na prática, é preciso pagar mais pelos escassos bujões.

A lenha que os venezuelanos têm usado para cozinhar é vendida em lojinhas e camelôs, que buscam, assim, ganhar algum dinheiro para comprar comida. No interior do país, caminhões da estatal Petróleos da Venezuela Gás Comunal, que deveriam fazer a venda dos botijões de gás, são vistos transportando lenha. Para alguns, a prática de cozinhar à lenha significa situação inesperada. Sem gás, sem energia, a Venezuela que já foi o país mais próspero da América latina, vive o resultado das políticas socialistas impostos por Hugo Chavez e pelo ditador Nicolás Maduro.