SPE BUSCA MAIOR PARTICIPAÇÃO DE ENGENHEIROS BRASILEIROS E PLANEJA NOVOS EVENTOS NO PAÍS EM 2015 | Petronotícias




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SPE BUSCA MAIOR PARTICIPAÇÃO DE ENGENHEIROS BRASILEIROS E PLANEJA NOVOS EVENTOS NO PAÍS EM 2015

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Bruno MoczydlowerNascida originalmente como um conselho dentro da American Institute of Mining Engineers (AIME), em 1913, a Sociedade de Engenheiros de Petróleo (Society of Petroleum Engineers – SPE) só veio a ganhar um corpo bem definido em 1957, quando foi criada como sociedade profissional. Naquele ano, a entidade sediada em Dallas, no Texas, contava com 12.500 membros e começava uma trajetória que se espalharia por todo o mundo. Em 1985, ela se desvinculou da AIME e continuou arregimentando novas adesões ao redor do globo, chegando a mais de 124 mil associados ao fim de 2014. O Brasil, apesar de ainda não ter uma presença grande dentro da organização, representando menos de 3% do total de membros, tem ganhado cada vez mais destaque nos planos da SPE, por meio da Seção Brasil, e a programação de eventos para este ano é intensa. O presidente da SPE Seção Brasil, Bruno Moczydlower, que também responde pela Gerência de Reservatórios de Libra na Petrobrás, diz que um dos focos no curto prazo é aumentar o número de associados no País, assim como o nível de participação nas atividades da organização. “Para o médio prazo, nossa meta é intensificar a disseminação de conhecimento técnico de Exploração & Produção no Brasil, apoiando fortemente o desenvolvimento dos profissionais e estudantes brasileiros”, afirma.

Qual o planejamento da SPE no Brasil em 2015?

Para este ano, planejamos diversos eventos de conteúdo técnico relevante para a indústria brasileira. Além disso, estamos colocando uma ênfase especial nas atividades voltadas para os jovens profissionais e estudantes. Nossa ideia é tentar ao máximo manter nosso planejamento original para 2015, apesar do atual momento da indústria.

Quais os eventos que serão organizados pela SPE no País este ano?

Temos neste momento o Subsea Processing Workshop acontecendo em Búzios, até sexta (13). Também estão previstos para este ano os seguintes eventos: SPE Distinguished Lecturer (Palestra magna) – Brian C. Gahan, “Acid Stimulation Challenges and Solutions in Deeper Limestone Reservoirs” – 19 de março – Rio de Janeiro; Brazilian Petroleum Conference First Edition: Carbonates – from Genesis to Production (primeiro evento conjunto das 4 principais sociedades técnicas de E&P no Brasil: SPE, ABGP, SBGf e SPWLA) – 19 a 21 de maio – Rio de Janeiro; SPE Artificial Lift Conference: Latin America and Caribbean – 27 a 28 de maio – Salvador; 1st Platform Operations Workshop “Focus on Best Practices” – 9 a 10 de junho – Macaé; SPE Brasil Offshore, em conjunto com um paper contest regional da América Latina e Caribe – 23 a 26 de junho – Macaé; 2o Workshop de Educação em Engenharia de Petróleo – 15 de setembro – Rio de Janeiro; e a OTC Brasil – 29 a 29 de outubro – no Rio de Janeiro.

Além destes eventos, estamos planejando para o fim do primeiro semestre, provavelmente no Rio de Janeiro, a primeira edição do Petrobowl América do Sul e Caribe, classificatória para o Petrobowl internacional que ocorrerá no segundo semestre nos EUA. O Petrobowl é uma competição de perguntas entre equipes de quatro estudantes, que representam suas universidades.

Como estão vendo o momento da indústria de petróleo brasileira?

O momento é difícil, e não apenas no Brasil. No entanto, ainda temos diversos projetos desafiadores sendo levados adiante, além do constante desafio de gerenciar a produção dos campos maduros no mar e em terra. O foco atual é a otimização dos custos para manter a viabilidade econômica dos projetos, mas o Brasil continua tendo importantes reservas a serem desenvolvidas e um grande potencial de recursos inexplorados.

Como vê a situação dos engenheiros de petróleo no Brasil atualmente?

Depois de décadas em que praticamente todos os engenheiros de petróleo no país eram formados pela própria Petrobrás, nos últimos anos passamos a ter um número razoável de graduados em diversas universidades brasileiras, com uma formação de crescente qualidade. Por um lado, é bem provável que o atual momento delicado se reflita em menos oferta de empregos no curto prazo. No entanto, ainda vemos excelentes oportunidades em empresas operadoras, companhias de serviço e demais empresas da cadeia de petróleo, principalmente em projetos ligados ao desenvolvimento das gigantescas reservas do pré-sal brasileiro. É importante que os recém-formados tenham paciência e sigam se capacitando e “correndo atrás” destas oportunidades.

Quais são os maiores desafios tecnológicos para a indústria de petróleo brasileira hoje na visão da SPE?

Um dos pontos mais interessantes na indústria de E&P é o seu caráter extremamente multidisciplinar – temos desafios nas mais diversas áreas de conhecimento. Além disso, a indústria brasileira possui oportunidades tecnológicas nos mais diversos ambientes, tais como:
– Desenvolvimento dos reservatórios carbonáticos do pré-sal;
– Revitalização dos grandes reservatórios areníticos da Bacia de Campos;
– Manutenção da produção nos pequenos e médios campos terrestres;
– Busca de sucesso exploratório em novas fronteiras, como a Margem Equatorial e os reservatórios não-convencionais em terra.

Qual a relevância do Brasil para a SPE global? O país deve ganhar mais representatividade na organização nos próximos anos?

O Brasil é muito importante para a indústria de E&P mundial e, consequentemente, para a SPE Internacional. As principais razões são o nosso pioneirismo e a nossa forte predominância nos projetos de águas profundas e ultra-profundas. Na SPE, o número total de membros brasileiros ainda é baixo, representando pouco menos de 3% do total global. No entanto, esperamos aumentar a nossa participação com a intensificação das atividades da Seção Brasil e contando também com o fato de a nova Diretora para América do Sul e Caribe ser brasileira (Anelise Lara, Gerente Executiva de Libra, na Petrobrás).

Quais as expectativas e metas da SPE Brasil no curto e no médio prazo?

No curto prazo, esperamos aumentar nosso número de membros no Brasil, bem como o nível de participação dos mesmos nas nossas atividades. Também estamos resgatando nosso programa voltado para jovens profissionais e apoiando o surgimento e o crescimento de capítulos estudantis (já são 19 em todo o Brasil). Uma oportunidade interessante é a de intensificar a colaboração com demais sociedades técnicas brasileiras, a exemplo do que está sendo feito na primeira edição do Brazilian Petroleum Conference. Por fim, temos o desafio de manter a qualidade técnica e logística dos nossos eventos, mesmo no delicado cenário atual.

Para o médio prazo, nossa meta é intensificar a disseminação de conhecimento técnico de E&P no país, apoiando fortemente o desenvolvimento dos profissionais e estudantes brasileiros, e nos tornando uma referência (benchmark) para as demais seções da SPE ao redor do mundo.

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