SURGEM NOVAS INFORMAÇÕES NAS INVESTIGAÇÕES SOBRE AS EXPLOSÕES QUE DESTRUÍRAM PARTE DO GASODUTO NORD STREAM 2

Surgiu uma informação nas investigações de que um comboio de seis navios da marinha russa foi avistado perto do oleoduto Nord Stream apenas cinco dias antes de ser sabotado e explodido sob o Mar Báltico, perto da ilha dinamarquesa de Bornholm, em 26 de setembro do ano passado, interrompendo o abastecimento de gás para vários países europeus. Três dos quatro gasodutos que transportam gás russo para a Alemanha foram seriamente danificados pelas explosões. A Rússia sempre negou qualquer responsabilidade pelo ataque e culpou as potências ocidentais, mas novas informações agora sugerem que seus navios estiveram na área nos dias anteriores às grandes explosões. Acredita-se que centenas de quilos de explosivos e equipamentos teriam sido necessários para causar a escala dos danos vistos em setembro passado, que ocorreram 80 metros abaixo do nível do mar. Mas agora foi afirmado que um navio de guerra sueco pode ter avistado o comboio russo e o rastreado, possivelmente estando ciente dele por até três dias.

Os oleodutos Nord Stream 1 e 2 que conectam a Rússia e a Alemanha sob o Mar Báltico foram atingidos por uma série de explosões inexplicáveis no que Moscou chamou de ato de “terrorismo internacional”. Um relatório de pesquisadores de inteligência de código aberto agora afirma ter identificado atividades anormais por um navio de patrulha dinamarquês e um navio de guerra sueco, o que pode sugerir que eles detectaram atividades suspeitas. Os pesquisadores dizem que os navios pareciam ter visto algo incomum em 22 ou 23 de setembro, quando supostamente estavam rastreando um contingente de navios da marinha russa que havia se separado de um exercício maior três dias antes.

Essas alegações, reveladas pela primeira vez no site de notícias alemão T-Online, originaram-se de fontes dos serviços de segurança e detalhavam o comboio, incluindo dois rebocadores russos, um navio de vigilância e um submarino de resgate SS-750, construído em 1990. O SS-750 possui um mini-submarino próprio, denominado AS-26, que pode atingir profundidades de 80 metros e transportar cargas de até 50kg. “Faria todo o sentido usar algo como o AS-26 para tal ataque”, disse o capitão da corveta dinamarquesa e analista militar Johannes Riber ao T-Online. “Essa seria a explicação mais plausível até agora para o que aconteceu com o oleoduto Nord Stream”, disse. 

Os dados de navegação que estão disponíveis publicamente só podem fazer backup de parte dos extensos registros dos pesquisadores, que rastreiam os movimentos de embarcações russas, incluindo o SS-750. A Rússia disse que não tem interesse em atacar sua própria infraestrutura. Autoridades alemãs, suecas e dinamarquesas estão investigando as explosões submarinas que provocaram quatro vazamentos nos dois oleodutos Nord Stream, sete meses depois que a Rússia invadiu a Ucrânia. A agência de energia dinamarquesa divulgou uma foto de um objeto cilíndrico próximo ao oleoduto Nord Stream 2 no fundo do mar. A agência disse que é “possível” que o objeto seja uma boia marítima de fumaça, com 16 polegadas de altura e 4 polegadas de largura, e que não representa um risco imediato à segurança. “Com o objetivo de esclarecer ainda mais a natureza do objeto, as autoridades dinamarquesas decidiram resgatá-lo com a ajuda da defesa dinamarquesa”, afirmou em comunicado. A agência acrescentou que ainda aguarda uma resposta do proprietário do oleoduto, a gigante estatal russa de energia Gazprom, antes de iniciar a operação de recuperação. Mas o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o dispositivo, encontrado a 30 quilômetros do local, pode ser explosivo e apontou o dedo para os EUA. “Especialistas acreditam que isso pode ser uma antena para receber um sinal para detonar um dispositivo explosivo, que pode ser colocado sob o sistema de gasodutos”, disse Putin.