TCU DECIDE NÃO BLOQUEAR BENS DE GRAÇA FOSTER
Por maioria – cinco votos a favor e três contra – o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu não bloquear os bens da ex-presidente da Petrobrás, Graça Foster (foto). O pedido de bloqueio é relativo ao processo que investiga irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006. O TCU calcula em US$ 792,3 milhões o prejuízo da estatal com o negócio.
O julgamento ocorrido hoje (11) ocorreu após três adiamentos. Em agosto do último ano, o ministro Aroldo Cedraz requisitou vista do processo. Os outros dois adiamentos foram requisitados pelo ministro José Jorge, relator do processo, que alegou necessidade de analisar novas informações.
O mesmo plenário aprovou, por unanimidade, em julho de 2014, o relatório que fechou em US$ 792,3 o prejuízo da companhia com a compra da refinaria americana. No acórdão, são citados como possíveis responsáveis pelo prejuízo diversos executivos da Petrobrás, entre eles ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa. Todos estes tiveram seus bens bloqueados.
O objetivo do tribunal ao tornar indisponíveis os bens dos suspeitos é garantir recursos para ressarcir a empresa no caso de uma condenação ao final do processo, que ainda está em fase inicial. Os suspeitos ainda vão apresentar suas defesas para análise do tribunal.
A compra da refinaria de Pasadena é investigada pela Policia Federal e pelo Ministério Público Federal, por suspeitas de superfaturamento. Em 2006, a Petrobrás adquiriu 50% da refinaria, por US$ 360 milhões, valor muito superior aos US$ 42,5 milhões pagos pela Astra Oil por toda a refinaria um ano antes. A Petrobrás, em 2012, foi forçada judicialmente a comprar por US$ 820,5 milhões a metade restante dos ativos da refinaria, por causa de uma cláusula Put Option, que determina, em caso de briga entre os sócios, que a outra parte seja obrigada a ficar com todas as ações.
As justificativas da Graça Foster acerca do “inventário precoce” com base em supostas comprovações em curso desde junho de 2013, pelas quais declara que já vinha providenciando a documentação necessária para a lavratura das Escrituras de Doação de Bens Imóveis aos seus filhos com Cláusula de Usufruto não passa de uma estratégia defensiva e dissimulada, funcionando com uma confissão de sua parte nos malfeitos relacionados a aquisição da Refinaria de Pasadena e outras mazelas que culminou com prejuízo incalculável a Petrobras, sobretudo a sua imagem. Afirmar que doações de bens são atos legítimos, previstos em lei torna-se correto e usual… Read more »