TEK ADQUIRE BLOCO NA BACIA DO RECÔNCAVO E PRETENDE CONTINUAR INVESTINDO EM CAMPOS MADUROS ONSHORE
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
A Tek Óleo e Gás foi dos destaques na 13ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios de Petróleo e Gás Natural da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na última quarta-feira (7), aproveitando bem a ausência dos grandes players do mercado nacional e internacional. Em um leilão com poucas ofertas, a companhia foi uma das poucas que fez propostas, tentando três blocos e adquirindo um na Bacia do Recôncavo. A ausência da Petrobrás não propriamente foi uma surpresa pelas graves dificuldades que a maior estatal brasileira está passando. Mesmo assim, para o CEO da Tek, Marcos Lopes, experiente e respeitado profissional do mercado, acreditava que ela pudesse ter uma participação, mesmo que de forma discreta. Mas está longe de lamentar. Sua empresa aproveitou bem a oportunidade que apareceu. Seguindo a filosofia chinesa do sócio majoritário que detém a companhia, os planos são de evoluir com calma, apostando em campos maduros onshore, por enquanto.
O que o senhor achou dos resultados da 13ª Rodada ? Surpreendeu?
Ela foi foi um reflexo do momento vivido pelo setor. Um espelho do que está acontecendo no globalmente no segmento de óleo e gás, somado ao que acontece na economia brasileira. Acho que ninguém esperava algo muito diferente do que aconteceu, já que não havia uma conjuntura favorável em diversos aspectos. Os grandes bids das últimas rodadas foram oriundos, principalmente, das grandes empreiterias, que ficaram atraídas pelo petróleo a US$ 100 dolares. Essas empresas tinham muito dinheiro em caixa, mas agora elas preferiram não se expor.
Qual a importância do bloco adquirido pela Tek ?
Nós fizemos ofertas em três blocos, mas nosso maior foco era a área vencida. As outras duas eram opções, caso houvesse um eventual insucesso. Portanto, posso dizer que nossa estratégia foi vencedora.
ATek fez ofertas sem formar consórcios. Por que essa opção?
A Tek é um consórcio que pertence a quatro holdings. Uma dessas empresas é a Tecnolumen, que já participa em outros blocos com outras empresas. Um exemplo é a Tarmar, tanto que elas não entraram na disputa pelos mesmos blocos. Outra empresa que a Tecnolumen é sócia é a Nord Oil&Gas, que já explora dois campos no Nordeste e um outro na Bacia do São Francisco. Os outros sócios também estavam com representantes na 13ª Rodada, entre eles o sócio majoritário, uma empresa chinesa.
Quais os futuros planos da Tek?
A filosofia seguida dentro da companhia é chinesa, baseada na paciência, um passo de cada vez. Temos tempo e pretendemos adquirir blocos que já estão operando, na medida em que os sócios se sentirem seguros. Nosso foco é onshore é seguir crescendo no onshore. Mas, até que tenhamos um portfólio que justifique riscos, iremos investir em campos maduros onshore.
O senhor acha que este foi o leilão da pequena e média empresa do setor de óleo e gás?
Sim, muito porque vimos o desaparecimento das empreiteiras e, como previa o edital, áreas voltadas para pequenas e médias empresas. Vimos algumas delas terem mais destaque, como a Alvopetro, Synergy, que já é um importante player, Imetame, além da Ouro Preto, que já opera em um nível superior, e a Queiroz Galvão, muito grande e séria.
O que o senhor achou da ausência da Petrobrás?
Eu recebi com total surpresa. Achava que a companhia viria fazer uma ou outra tentativa de oferta, mas a política adotada é de absoluta austeridade. Eles entenderam e optaram por entrar em um período de reclusão.
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