THE INSIGHT ABRE FILIAL NO RIO DE JANEIRO VISANDO O SETOR DE O&G E AVANÇA EM PROJETOS PARA SBM E VALE

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

francisco-lisboaUma decisão mudou o rumo da história da The Insight, empresa catarinense de tecnologia. A companhia, criada em 2014, decidiu, no final do ano passado, que iria concentrar esforços no setor de óleo e gás. Os resultados da estratégia não demoraram a surgir, mesmo durante um ano tão desafiador como tem sido 2020. O CEO e sócio-fundador da empresa, Francisco Lisboa, nos contou que a The Insight foi aprovada recentemente em dois desafios tecnológicos da SBM Offshore e da Vale. Nesses projetos, a empresa desenvolve soluções com inteligência artificial (IA) para identificar e antecipar corrosões em FPSOs e avarias em esteiras de minério. Além disso, Lisboa revelou que a companhia está abrindo uma filial no Rio de Janeiro, de olho em uma aproximação maior com o setor de petróleo. “Os planos da The Insight hoje são, cada vez mais, se colocar nesse mercado de óleo e gás. Temos trabalhado estrategicamente também para focar em gás natural, por conta do Novo Mercado de Gás, que trará novos elementos e novos players para o setor”, explicou.

Poderia nos contar um pouco sobre a origem da empresa e sua atuação no setor de óleo e gás?

Somos uma empresa de tecnologia que foi criada em 2014. No final de 2019, mudamos completamente o nosso planejamento estratégico para passar a trabalhar exclusivamente nos mercados de óleo e gás, mineração e energia. Desde então, montamos uma estrutura para trabalhar especificamente nessas áreas. Nós agregamos diretores e gestores especializados nesses setores e trouxemos pessoas com mais de 20 anos de experiência na área de óleo e gás. São profissionais com MBA voltado para óleo e gás ou que trabalharam para empresas desse mercado.

Desde então, como parte da nossa estratégia, passamos a buscar as necessidades e as soluções para o setor. Estamos participando de projetos de pesquisa e desenvolvimento para criar soluções em parceria com outras empresas. Também fizemos nosso cadastro na APEX-Brasil [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] e estamos em fase de um programa de internacionalização.

Gostaria de ouvir mais sobre a decisão de focar no mercado de óleo e gás. Ao que se deve essa escolha da The Insight?

No final de 2019, nos reunimos com alguns membros da atual diretoria para tratar de uma necessidade específica da SCGás, empresa distribuidora de gás de Santa Catarina. Tratava-se de uma demanda que a The Insight poderia solucionar. Assim, passamos a trabalhar no desenvolvimento dessa solução e a conhecer mais este mercado.

Com a percepção de que o setor [de O&G] poderia nos trazer benefícios ao entregar nossas soluções de IA, tecnologia e indústria 4.0, fizemos um novo planejamento estratégico. Agora, somos uma empresa de tecnologia voltada ao mercado de óleo e gás. 

Inclusive, a própria pessoa que nos apresentou a oportunidade da SCGás foi agregada a nossa empresa, devido a sua experiência de mais de 20 anos no setor. A partir dali, contratamos outras pessoas da área para fortalecer nosso time, com o foco em usar nossa experiência em IA e tecnologia para levar soluções ao mercado de óleo e gás.

Qual foi o ganho ao trazer esses novos profissionais focados no setor de óleo e gás?

petrobras-sepia-fpso-modecO conhecimento interno das pessoas que já trabalharam na área agrega bastante a nossa empresa, pois elas conhecem os pormenores das necessidades do mercado. Essa experiência de mais de 20 anos desses profissionais nos ajuda a entender as dores e necessidades do mercado. Com isso, desenvolvemos soluções com muito mais qualidades.

Existem muitas empresas de tecnologia que trabalham na área de óleo e gás, mas que não possuem experiência de vivência do setor. Sem desmerecer as demais empresas, a The Insight consegue ser muito mais específica e ter mais eficiência e agilidade. Trabalhar com pessoas que são da área torna muito mais fácil o nosso diálogo com o cliente. É isso que tem feito esse diferencial de oportunidades, devido nossa facilidade de transformar a necessidade das empresas em soluções.

A The Insight anunciou a abertura de uma filial da empresa no Rio de Janeiro. Me parece que é mais um passo para ter uma aproximação maior com o setor de óleo e gás, certo?

Em nosso planejamento estratégico, já estava prevista essa expansão para o Rio de Janeiro. O mercado de óleo e gás gira em torno do estado, especialmente a capital e algumas cidades do entorno. Então, já tínhamos em mente esse projeto de expansão, só que não tínhamos ideia de que aconteceria tão rapidamente. 

Nosso planejamento era muito mais humilde. Planejávamos uma expansão em um prazo de dois anos, à medida que as coisas fossem acontecendo. Contudo, temos o grande auxílio que a APEX-Brasil tem prestado e a aprovação em desafios tecnológicos da Vale e da SBM Offshore. Por isso, vimos a necessidade de, já nesse ano, levar a empresa para o Rio de Janeiro.

Em que fase a The Insight se encontra dentro desses projetos para a SBM Offshore e a Vale?

No caso do desafio Ocean Code, da SBM Offshore em parceria com a Fábrica de Startups, nos foi apresentada uma necessidade de desenvolver uma solução, baseada em IA, visão computacional, técnicas de machine e deep learning, para identificar o início de corrosões, principalmente em FPSOs.

Com essa solução, será possível planejar, com melhor pontualidade, as manutenções desses FPSOs. Ela também poderá ser expandida depois para as demais plantas industriais. A ideia é poder antecipar as corrosões para que não cheguem em níveis críticos, evitando assim prejuízo ou tempo de parada muito maior para reparo. Um ponto que facilitou muito a entrada neste desafio foi o fato de trabalharmos com a Nvidia [empresa americana que fabrica placas de processamento gráfico], que é uma das parceiras da SBM. Conseguimos ser aprovados entre mais de 300 empresas cadastradas.

fotoPara a Vale, passamos por um desafio relativamente parecido, o M-spot. Primeiro, participamos de uma seleção com mais de 180 empresas e fomos aprovados para a segunda fase. Na última semana, recebemos a notícia de que fomos uma das 36 empresas escolhidas para a próxima etapa do desafio, que será uma prova de conceito.

Nesse projeto, fizemos uma solução baseada em IA, utilizando sensores e dados para agregar valor às esteiras de minério, identificando problemas e avarias de forma antecipada. Com isso, as mineradoras poderão fazer substituições ou reparo dessas esteiras de forma mais eficiente. Nós pretendemos adaptar essa solução para o mercado de óleo e gás.

Por fim, queria conhecer os planos futuros da empresa para crescer no setor de óleo e gás, tendo em vista os atuais desafios vividos por esta indústria em virtude da pandemia.

A pandemia veio para transformar, em um curto espaço de tempo, algo que seria transformado invariavelmente. Os planos da The Insight hoje são, cada vez mais, se colocar nesse mercado de óleo e gás. Temos trabalhado estrategicamente também para focar em gás natural, por conta do Novo Mercado de Gás, que trará novos elementos e novos players para o setor.

Queremos estar na feira [OTC] em Houston, no ano que vem, e estamos trabalhando ainda uma possível participação na Rio Oil & Gas. Nossa empresa está trabalhando para estar cada vez mais próxima ao setor. Há uma tendência de nos cadastrarmos no IBP [Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás], já fizemos algumas conversas nesse sentido. Não estamos ainda associados, mas já fizemos algumas tratativas a respeito.

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Jonas

Empresa com porte e estrutura de capital de empresa tradicional competindo em mercado de startup. O Brasil n é pra amadores.