TKK ENGENHARIA É MAIS UMA EMPRESA BRASILEIRA A ENTRAR EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Carlos-Deneszczuk-Dasa-Advogados-SITEA crise da indústria de óleo e gás brasileira levou mais uma empresa tradicional da engenharia nacional a entrar com pedido de recuperação judicial. Agora é a vez da TKK Engenharia, que vinha discutindo uma série de aditivos com a Petrobrás, mas teve diversos contratos cancelados “de forma unilateral”, segundo a fornecedora da estatal. As dívidas estão avaliadas em mais de R$ 60 milhões. Além disso, a TKK ingressou com ações judiciais de ressarcimento contra a Petrobrás pelos contratos quebrados.

A situação na empresa está muito complicada, com uma série de demissões nos últimos meses, aumentando ainda mais as dimensões da crise nacional, que afeta todos os elos da cadeia de óleo e gás. Para se ter ideia, houve 3.500 demissões em apenas dois consórcios com a participação da TKK, que tiveram suas atividades paralisadas recentemente em meio às discussões com a Petrobrás.

“Agora, com o baixíssimo faturamento, não é possível pagar nem os colaboradores em dia, quanto mais os financiamentos”, explica Carlos Deneszczuk (foto), Sócio da Dasa Advogados, que coordena a recuperação judicial ao lado da Quist Investimentos.

A TKK já chegou a ter um faturamento superior a R$ 200 milhões ao ano, atingindo também grau A de classificação de qualidade como fornecedor da Petrobrás, mas atualmente não vê um horizonte claro. Além do prejuízo social, os encargos com rescisões trabalhistas consumiram boa parte dos recursos restantes da companhia.

“É uma história que se repete, diariamente somos consultados sobre situações muito parecidas”, diz Douglas Duek, sócio da Quist Investimentos. Ele reconhece ainda que a reestruturação será um grande desafio, apesar dos mais de 30 anos de experiência da empresa, que precisará diversificar sua atuação e buscar obras em mercados antes inexplorados em seus planos.

A TKK Engenharia se junta agora a uma longa lista de outras empresas de engenharia tradicionais que vêm pedindo recuperação judicial para tentar sobreviver em meio à crise brasileira. As mais recentes foram a Lupatech e a Schahin, com dívidas somadas em R$ 400 milhões e R$ 6,5 bilhões, respectivamente.

Além delas, outras grandes seguiram o mesmo caminho desde o ano passado para cá, muitas afetadas diretamente pelas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O grupo OAS foi um dos que mais chamou atenção nesse processo, entrando com o pedido de recuperação judicial para tentar amenizar seu endividamento de R$ 8 bilhões, seguido por Iesa (R$ 3,5 bilhões), Galvão Engenharia (R$ 1,6 bilhão), Alumini Engenharia (R$ 1 bilhão) e Jaraguá Equipamentos (R$ 700 milhões), entre outras.

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