TRABALHOS PLANTADOS PELA ONIP E FIRJAN NO SEGMENTO DE ÓLEO E GÁS PODEM TRAZER BONS NEGÓCIOS PARA O MERCADO EM 2023
No mercado de petróleo e gás brasileiro, o trabalho exercido pela Diretora Geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Karine Fragoso, que também é responsável pelo segmento de óleo e gás da Federação das Indústrias do Rio Janeiro (Firjan), é uma unanimidade pela eficiência aliada a simpatia. A quantidade de eventos realizados durante todos nesses anos em que esteve nessa frente, é impressionante. Todos com o objetivo de organizar, difundir e a ampliar a participação das empresas. Muitos negócios são realizados como fruto do trabalho dela. E isto é um fato. “Estamos na construção permanente de um mundo novo, com capacidade de ampliar cada vez mais as oportunidades. É com esse espírito que trabalhamos cada ano nosso planejamento de entregas”, disse Karine. “Em 2022 fizemos mais e conseguimos avançar em pautas fundamentais no caminho da abertura de mercado e da maturidade dos agentes, na conquista de novos investidores e parceiros. Foram muitas entregas, muitas parcerias e muito orgulho ao ver de perto resultados conjuntos sendo alcançados”, acrescentou.
Por isso tudo, o Petronotícias fez questão de convida-la para participar do Projeto Perspectivas 2023. Nessa entrevista especial, Karine fala de suas realizações e também que poderá vir já no ano de 2023. Vamos, então, saber quais são os seus posicionamentos neste mercado:
– Karine, como foi o trabalho a frente da ONP neste ano de 2022?
– Pela ONIP, seguimos trabalhando em parceria com as Federações de Indústrias da Bahia, de Minas Gerais, do Espírito Santo e do Rio Grande do Norte, além da ABPIP e do IBP, com destaque no ambiente Onshore. Temos mais de 50% de nossa área terrestre, mais precisamente 57% em Bacias Sedimentares. O potencial que isso representa não é desprezível, muito pelo contrário. É uma riqueza que precisamos, e que pode fazer a diferença para muitas populações Brasil adentro.
Ao longo desse ano, realizamos a Onshore Week 2022, que aconteceu em Salvador, no Cimatec, com a entrega do BI REATE, ferramenta disponibilizada para o acompanhamento de todos os desafios apresentados pelos estados que receberam as Mesas REATE. Estivemos na OTC Houston conectando agentes e conhecendo oportunidades para o Brasil. Lá, entregamos com a APEX o trabalho de monitoramento de investimentos realizado com a FIRJAN e demais agentes. Estivemos na Sergipe O&G, na Mossoró O&G e na MecShow.
Participamos da Gastech, feira internacional referência em Gás Natural, e da espetacular volta da Rio Oil & Gas, com a operação da Rodada de Negócios que levou perto de 30 compradores para 130 fornecedores que realizaram 540 reuniões em três tardes, encerramos com participação no Fórum Onshore. Juntamente com a ABPIP, coordenamos e realizamos de Missão à Argentina com participação em congresso dedicado ao tema dos Não Convencionais, assim como fomos a campo, com perto de 30 participantes, acompanhar um dia de produção em Vaca Muerta.
Em paralelo, vamos fortalecendo nosso cadastro com a ONIP Digital, portal de acesso para se colocar a disposição de fornecer e construir soluções em parceria com o mercado. Realizamos nossos Cafés com Energia, trazendo sempre um assunto relevante e mantendo os agentes em contato. E para 2023 já alinhamos novas parcerias e novas atuações. Estaremos nas grandes feiras, realizaremos Rodadas de Negócios e eventos para novas entregas ao mercado.
– Pelo que acompanhamos, você também teve uma participação significativa pela Federação das Indústrias do Rio. Pode nos falar sobre este trabalho?
– Pela Firjan, além de todo apoio às pautas da ONIP, tivemos um ano de novas entregas no nosso portfólio de conteúdo. Adicionamos o Estudo de Petroquímica e o Caderno de Transição Energética ao Anuário de Petróleo. Mantivemos o Monitoramento de Demanda de Gas Natural e entregamos, há pouco, o nosso Perspectivas do Gás, em sua 5ª edição. Entregamos o Panorama Naval, trazendo novos colaboradores, com novos olhares sobre o potencial de construção do Rio de Janeiro.
Iniciamos o Monitoramento de Vagas de emprego, capacitação e requisitos de empregabilidade, contribuindo para permanente atualização dos profissionais através de nossos cursos via SENAI. Estruturamos e coordenamos com operadoras e grandes fornecedores cursos de capacitação profissional e de responsabilidade social em áreas de entorno, lançamos mais de uma dezena de editais dedicados à formação e para atração de jovens ao mercado de trabalho desses mercados. Desenhamos em conjunto e desenvolvemos com o setor privado, e o setor público, Soluções Tecnológicas de suporte às operações de exploração e produção, além do uso dos nossos laboratórios e competências para serviços de análises e testes.
Para aproximar grandes empresas compradoras de potenciais fornecedores fluminenses, a Firjan SENAI SESI criou o programa Rede de Oportunidades, que realizou cinco encontros com seis demandantes: Nuclep e EBSE, SBM Offshore, Equinor, Estaleiro Jurong Aracruz – EJA e MODEC. Nos cinco encontros, 450 companhias foram atendidas. Mapeamos 240 oportunidades de cerca de 2 mil bens e serviços que podem ser oferecidos por 700 empresas do Rio. E para 2023 já planejamos novos encontros para nossos associados.
– Quais são as perspectivas de negócios no mercado do Rio de Janeiro ?
– Nossos estudos indicam expectativa de mais de US$ 60 bilhões em investimentos no Rio nos próximos anos, a maior parte para a exploração de reservas de óleo em mar. Outros US$ 12 bilhões foram mapeados como potencial para o Gás Natural, entre infraestrutura e investimentos industriais. A produção no pré-sal fluminense já se aproxima dos 2 milhões de barris/dia, enquanto projetos de revitalização e a entrada de novas empresas operadoras nos campos maduros no Norte Fluminense oferecem boas perspectivas para a produção no pós-sal.
São 23 as unidades estacionárias de produção, ou FPSOs, a serem entregues até 2027, verdadeiras cidades industriais flutuantes, o que vai demandar um número robusto de engenheiros, técnicos, marítimos, economistas, advogados e tantas outras carreiras para fazer frente aos novos e constantes desafios de aumento e manutenção da produção offshore e atividades onshore. A atual frota de apoio marítimo no país conta com 410 navios, sendo composta por aproximadamente 90% de embarcações de bandeira brasileira. Em linhas gerais, tem-se que cada novo sistema de produção demanda, em média, 900 postos de trabalho, entre diretos e indiretos.
E ainda, para além da eficiência energética e da transição energética, estamos fortalecendo nosso posicionamento de integração energética. Segurança energética e justiça energética tem a ver com segurança e justiça social. O setor público precisa entender o setor privado, e vice-versa, construir soluções estruturadas que simplifiquem e abriguem os seus investimentos. É a iniciativa privada que vai, com suas atividades, gerar a oportunidade para o cidadão crescer e progredir. O trabalho conjunto, para além da dimensão empresarial, que sim busca o lucro, pode de fato abranger toda a sociedade do entorno com o entendimento correto dos papéis.
– Como conciliar todos esses investimentos e perspectivas com uma pauta ambiental consistente ?
– Na pauta de descarbonização os processos produtivos ganham cada vez mais evidência no processo decisório das empresas. Como parte das discussões de Transição Energética e de ESG, isso significa o crescimento de investimentos no desenvolvimento de soluções tecnológicas para eficiência energética, mistura de biocombustíveis e maneiras de compensação de emissões – como Soluções Baseadas na Natureza – NBS, ou Captura, Armazenamento e Utilização de CO2 – CCUS.
Além disso, as projeções apontam para crescimento contínuo dos investimentos em fontes renováveis de geração de energia elétrica. Entre as fontes de energia renováveis destacamos a expansão das eólicas onshore e a chegada das eólicas offshore, fazendas solares e geração distribuída por painéis fotovoltaicos, biomassa, hidroeletricidade e hidrogênio. Todas essas novas energias, e a tendência de eletrificação na mobilidade urbana só serão plenamente alcançadas com o contínuo investimento em inovação e desenvolvimento tecnológico.
Mas, como há uma maior preocupação com segurança energética de disponibilidade de energia, não é esperado que essa crescente das renováveis reflita em aumento proporcional da parcela destas na matriz energética mundial. Assim, é visto – também, um aumento contínuo dos investimentos em óleo, gás natural e carvão.
Isso explicita a realidade do processo de descarbonização mundial. Realidade essa que não significa o fim das fontes fósseis, que leva em consideração as regionalidades de cada país e que se traduz num mix cada vez mais diverso de fontes e soluções tecnológicas para atender as necessidades de crescimento econômico.
Para os países e a gestão de suas políticas públicas, essa nova realidade que se constrói precisa ser traduzida em capacidade produtiva para atendimento a novas demandas, desenvolvimento de regulação adequada para os novos mercados que são construídos, infraestrutura para atendimento das necessidades do mercado e capacitação de mão-de-obra para operação e desenvolvimento tecnológico.
– E para 2023, como você está encarando esse próximo desafio ?
– O trabalho contínuo permanece para 2023, com maior inserção de produtores independentes que chegaram para converter a curva de produção de óleo e gás e gerar ao país oportunidades necessárias para uma verdadeira transformação do seu território, o que abrange, para além da produção, o seu tratamento, enriquecimento, transporte e distribuição. Abrange necessidades de infraestrutura logística – estradas e acessos, de segurança pública e patrimonial – com ações de monitoramento e de educação e capacitação, que por desdobramento podem inserir o cidadão na atividade via emprego formal.
A necessidade de fornecedores qualificados e o fortalecimento dos encadeamentos produtivos, com expansão digital, que suportem as atividades e garantam a boa operação e manutenção dos sistemas de produção, e entre as prioridades que elegemos, entendemos que o processo de licenciamento ambiental é tema de extrema importância, mas de igual complexidade. A coordenação de esforços, públicos e privados, na direção do crescimento é sempre uma diretriz a se perseguir, e construir com todos. Nossa pauta cresce na medida em que cresce nosso resultado. Daqui, seguiremos trabalhando!
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