UNIÃO EUROPEIA QUER SE LIVRAR DA DEPENDÊNCIA DO GÁS RUSSO ATÉ 2030
A guerra entre Rússia e Ucrânia também acendeu uma luz nas autoridades da União Europeia (UE) que tentarão eliminar completamente sua dependência da energia russa antes de 2030 para garantir que as 27 nações do bloco não enfrentem mais decisões difíceis que possam prejudicar suas próprias economias em crises geopolíticas como a invasão da Ucrânia. Os líderes da UE se reunirão em Versailles, nos arredores de Paris, para uma reunião de cúpula de dois dias a partir desta quinta-feira (10) e trabalharão em meios para diminuir a dependência das importações de petróleo, gás e carvão da Rússia. A Comissão Europeia anunciou algumas propostas para que isso aconteça, incluindo a diversificação do fornecimento de gás natural e a aceleração do desenvolvimento de energias renováveis. A UE acredita que as medidas poderão reduzir a demanda por gás russo em dois terços antes do fim do ano. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que “simplesmente não podemos depender de um fornecedor que nos ameaça explicitamente”. A UE importa 90% do gás natural usado para geração de eletricidade, aquecer residências e abastecer a indústria, e a Rússia fornece quase 40% do gás para a UE, além de um quarto do petróleo.
Após a invasão, a UE se uniu para preparar rapidamente uma política energética mais robusta. Mas ela ainda não assinou uma sanção à energia russa, mesmo depois de EUA e Reino Unido anunciarem proibições de importações de petróleo da Rússia. Já comprometida com o desenvolvimento acelerado de energias renováveis por causa das mudanças climáticas, a UE acelerará o processo para agora reforçar sua independência política. Um parceiro muito importante será a Alemanha. Seu ministro da Economia, Robert Habeck (foto à direita), disse que “todos os esforços do governo alemão, do país, estão voltados para reduzir essa dependência o mais rapidamente possível e então usar o espaço de manobra na política energética que ganharmos, inclusive em termos de política de segurança.”
Os preços da energia estão altos há meses por causa da baixa oferta, o que está aumentando os custos de tudo que vai de contas de luz aos alimentos, na medida em que as empresas repassam seus custos para os consumidores e clientes. A Comissão Europeia disse que poderá diversificar seu fornecimento de energia adquirindo mais gás natural liquefeito (GNL) transportado por navios, em vez de gasodutos da Rússia, e conseguindo mais importações via gasodutos da Noruega e do Azerbaijão. O problema é que o sistema de gasodutos da Europa não está configurado para que as remessas de GNL possam chegar facilmente a todos os cantos do continente. Embora as remessas de gás liquefeito tenham aumentado. Um corte total do gás russo somente poderia ser superado por uma redução forçada no uso de gás, primeiramente pelos usuários industriais.
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